Riquixá: O meio de transporte que surgiu no Japão durante o Período Meiji
“Riquixá” vem da palavra japonesa jinrikisha (人力車), onde 人 jin = humano, 力 riki = tração, 車 sha = veículo) e significa literalmente “veículo de tração humana”.
O riquixá ou riquexó é um meio de transporte de tração humana em que uma pessoa puxa uma carroça de duas rodas onde acomodam-se uma ou duas pessoas. Acredita-se que o riquixá tem origem no Japão, onde eram amplamente utilizados como meios de transporte pela elite.
A palavra Riquixá originou-se de Jinrikisha (人力車), onde 人 jin = humano, 力 riki = tração, 車 sha = veículo) e significa literalmente “veículo de tração humana”. Desenvolvido no Japão em 1868, durante o início do período Meiji, é usado atualmente em vários lugares da Ásia e do mundo.
A origem do Jinrikisha
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Dizem que o jinrikisha foi inventado em 1868 por Yosuke Izumi, Kosuke Takayama e Tokujiro Suzuki. Eles se inspiraram nas carruagens puxadas por cavalos que tinham sido introduzidas nas estradas de Tóquio alguns anos antes. Como abreviação, o veículo também era chamado de ‘jinriki’ ou ‘rikisha’. Já o condutor de riquixá (‘車夫’) era chamado de ‘shariki’.
Em 1870, as autoridades de Tóquio deram permissão para que eles fabricassem e vendessem riquixás. A assinatura de um desses inventores também era exigida em todas as licenças para operar um riquixá. Em 1872, cerca de 40.000 riquixás estavam sendo utilizados em Tóquio. Esses veículos logo se tornaram o principal meio de transporte público nas cidades japonesas.
O motivo era que com o jinrikisha era possível ir mais rápido do que os palanquins usados anteriormente, e o trabalho humano era consideravelmente mais barato do que o uso de cavalos. Foi usado principalmente entre os períodos Meiji, Taisho e início do período Showa.
Mas a origem do jinrikisha muitas vezes é alvo de controvérsia já que algumas fontes dizem que a invenção do jinrikisha é atribuída a Albert Tolman, um ferreiro americano. Segundo as fontes, ele inventou um veículo similar para um missionário em Worcester, Massachusetts, em 1848.
Outros afirmam que Jonathan Scobie, um missionário americano no Japão, criou o jinrikisha por volta de 1869 ao transportar sua esposa inválida neste veículo pelas ruas de Yokohama.
Como funciona o Jinrikisha?
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Um ou dois passageiros sentam-se em uma carruagem com duas rodas em um eixo transversal e que é puxada por um ou mais condutores. Quando um passageiro estava com pressa, dois ou mais homens podiam puxar e, às vezes, empurrar juntos o veículo para locomove-lo mais rápido.
É relatado que o número de jinrikisha na região metropolitana de Tóquio em 1876 era de 25.038. Dizem também que havia mais de 200.000 jinrikishas no Japão no final do século XIX.
O número de jinrikisha diminuiu na área metropolitana de Tóquio por volta de 1926, seguido por um ligeiro aumento no número após a guerra, quando os veículos e o combustível eram escassos. No entanto, os jinrikisha não são mais usados para viagens e transportes hoje em dia.
Jinrikisha nos dias atuais
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A fábrica Masuya Seisakujo, localizada na cidade de Ito, província de Shizuoka é considerada a principal fabricante de jinrikisha. Embora esse meio de transporte tenha caído em desuso no Japão, eles ainda são usados em passeios turísticos e exibição em museus.
O jinrikisha às vezes ainda é usado em cerimônias de casamento e festivais, bem como em desfiles de atores kabuki. Sob a atual Lei de Trânsito Rodoviário, jinrikisha são considerados veículos leves, em vez de bicicletas e, portanto, não podem usar ciclovias ou calçadas.
Passeio de riquixá em Kawagoe, Saitama – Link do vídeo (YouTube)
(Ative as legendas em português para uma melhor compreensão).
Se você visitar o Japão terá a oportunidade de fazer passeios em um riquixá. É uma experiência única, capaz de te transportar ao antigo Japão do Período Meiji e ainda possibilita apreciar os edifícios e paisagens do local a ser visitado de uma maneira tranquila e nostálgica.
Eles podem ser encontrados em diversos pontos turísticos em cidades históricas como Kyoto e Kamakura, em áreas centrais como Asakusa em Tóquio ou ainda em resorts de águas termais tradicionais (Onsen), tais como Ito Onsen, em Izu e Dogo Onsen, em Matsuyama.
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Outros locais onde passeios turísticos com riquixás estão disponíveis são Otaru, em Hokkaido; Asakusa, em Tóquio; Kawagoe, em Saitama; Narita, em Chiba; Chinatown, em Kanagawa; Gujohachiman, em Gifu; Arashiyama, em Kyoto, Takayama e Nara Park, em Nara, Ito, Kakegawa e Matsuzaki, em Shizuoka, Yufu, em Oita, Porto de Moji, em Fukuoka, entre outros.
Geralmente estes passeios em jinrikishas levam os visitantes às principais atrações turísticas do local e o condutor atua também como guia turístico, explicando detalhes históricos e curiosidades.
As tarifas variam dependendo da distância e tempo de locomoção, mas geralmente começam em 1.000 a 2.000 ienes por pessoa por cerca de dez minutos. Embora seja possível levar três pessoas, uma tarifa extra será adicionada na maioria dos casos devido ao excesso de peso.
Expansão na Ásia
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A partir de meados da década de 1870, o jinrikisha começou a ser exportado para vários países asiáticos, desde o Sudeste Asiático, centrado na China, até a Índia.
Daisuke Akiba, que abriu uma loja chamada Akiba Store em Ginza, Tóquio, inventou a versão atual do jinrikisha com tampo coberto e paralamas, que tinha um alto desempenho e aparência suntuosa. Daisuku conseguiu obter enormes lucros exportando a maioria deles.
Por outro lado, Yosuke Izumi, Kosuke Takayama e Tokujiro Suzuki, que inicialmente foram autorizados a construir e vender jinrikisha, tiveram dificuldade em cobrar as taxas de todos os condutores de riquixá, que aumentaram drasticamente durante seu ápice.
O sistema de patentes original era ineficiente na época e com isso inviabilizou que ganhassem grandes lucros. Isso acelerou a introdução de um sistema abrangente de patentes no Japão.
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Por volta de 1880, os jinrikishas foram introduzidos na Índia, primeiramente em Shimla, e 20 anos depois, em Kolkata (Calcutá). Na Índia, os comerciantes chineses começaram a usá-los em 1914 para transportar mercadorias e depois solicitaram permissão para usá-los no transporte de passageiros. Não demorou muito para que se espalhasse de forma explosiva em todo o país.
Fábricas que produziam jinrikishas domésticos foram construídas em vários locais da China, especialmente em Xangai, com mais de 100 fábricas na época. Logo depois, jinrikisha apareceu em muitas grandes cidades do Sudeste Asiático. Em muitos casos, ser condutor de jinrikisha era o primeiro emprego disponível para trabalhadores que migravam para essas cidades.
Os riquixás ainda são muito usados em países da Ásia como Bangladesh, Malásia e Paquistão e costumam ser vistosamente decorados com ornamentos. Atualmente existem também alguns jinrikisha modificados que podem ser puxados por uma bicicleta, em vez de um homem.
Interessante conhecer um pouco sobre a história do jinrikisha não é? Se você visitar o Japão não perca a oportunidade de fazer um passeio no riquixá tradicional japonês. Com certeza será uma experiência única e inesquecível. Se gostou do artigo, não esqueça de compartilha-lo. 🙂