Quem são os membros da Família Imperial Japonesa?
Ao contrário do Brasil que é uma República federativa presidencialista, o Japão é uma monarquia constitucional parlamentar. Isso significa que, embora seja governado por um primeiro ministro e um parlamento, o país possui um Imperador que é “o símbolo do estado e da unidade do povo”. Mas qual é o seu papel, assim como o de toda a sua família?
Antes de tudo, vamos conhecer um pouquinho quem são os membros da Família Imperial Japonesa, assim como informações relacionadas à monarquia no Japão
Curiosidades sobre a Família Imperial Japonesa
A Família Imperial ou casa imperial e também conhecida como a Dinastia Yamato, estas são denominações para os integrantes da família do imperador que reina no Japão.
Estes membros assumem funções oficiais e públicas, sendo que de acordo com a atual Constituição do Japão, o Imperador é “o símbolo do Estado e da unidade do povo”.
Já os outros membros desempenham funções cerimoniais e sociais, mas não desempenham nenhum papel nos assuntos do governo. Os deveres como Imperador são passados para os filhos e para os filhos dos filhos e assim por diante como qualquer relação monárquica hereditária que conhecemos.
A monarquia japonesa é a mais antiga monarquia hereditária contínua do mundo, fazendo a famosa linhagem da Inglaterra parecer uma criança quando o assunto é linhagem contínua.
A casa imperial reconhece 125 monarcas começando com o lendário Imperador Jimmu e continuando até o imperador Akihito, que por acaso é o imperador atual do Japão, ou pelo menos até sua abdicação do trono em 2019, quando seu filho irá assumir o papel.
Quem são os membros da Família Imperial Japonesa?
Após a remoção de 11 ramos colaterais da Casa Imperial em outubro de 1947, o ramo oficial da família imperial foi limitada à linhagem masculina descendentes do Imperador Taisho, excluindo as mulheres que se casaram fora da família imperial e seus descendentes.
Hoje o Japão conta com 19 membros da família imperial. Abaixo, você pode ver a Lista dos membros na linha principal de sucessão:
O Imperador, que nasceu em 23 de dezembro de 1933. Ele foi se casou em 10 de abril de 1959 com a atual imperatriz. O imperador Akihito sucedeu seu pai em 7 de janeiro de 1989, tornando-se o 125º Imperador na linha de sucessão.
Akihito concluiu a educação na Universidade de Gakushuin, em 1956. Em junho de 1953, Sua Majestade o Imperador, na época o príncipe herdeiro, representou o Japão na coroação da rainha Elizabeth II do Reino Unido, e para isto fez sua primeira viagem ao exterior.
E também nesta ocasião ele viajou para outros 13 países da Europa e América do Norte. Eles, o Imperador e a Imperatriz, visitaram 57 países em mais de cinco décadas.
A Imperatriz Michiko Shoda, que nasceu em Tóquio em 20 de Outubro de 1934, a filha mais velha de Hidesaburo Shoda. E em 1959 se casou com o atual imperador, Akihito.
A imperatriz possui a posição honorária de Presidente Honorário da Sociedade da Cruz Vermelha Japonesa, uma posição altamente digna. Ela é Graduada pelo Departamento de Línguas e Literaturas Estrangeiras na Faculdade de Letras da Universidade do Sagrado Coração, Tóquio, 1957.
O príncipe herdeiro é o filho mais velho do Imperador e da Imperatriz. No caso atual é o príncipe Naruhito, que nasceu em Tóquio, em 23 de fevereiro de 1960. O príncipe e futuro imperador detém a posição honorária de vice-Presidente Honorário da Sociedade da Cruz Vermelha Japonesa (abril de 1989- presente).
Ele graduou-se no Departamento de História na Faculdade de Letras da Universidade de Gakushuin, além de ter estudado em universidades no exterior como Merton College e Balliol College, Universidade de Oxford, Reino Unido e Universidade de Harvard, EUA.
O príncipe herdeiro Naruhito casou-se em 9 de junho de 1993 com Masako Owada. Os dois tem uma filha, a Princesa Aiko, também chamada de Princesa Toshi, nascida em 1 de dezembro de 2001. Atualmente com 16 anos, a princesa está cursando o segundo ano na escola secundária de Gakushuin Girl’s.
Segundo ramo de sucessão
O príncipe Akishino, o segundo filho do imperador, e segundo na linha de sucessão, nasceu em 30 de novembro de 1965. Ele só terá acesso ao trono caso o príncipe herdeiro Naruhito por alguma razão não possa ascender ao posto de imperador.
O Príncipe Akishino, ocupa posições várias posições honorárias e similares, acho que devido a sua posição um pouco menos carregada já que não faz parte da linhagem direta da sucessão. Entre as posições ocupadas podemos citar: Patrono da Associação de Silvicultura do Japão, Patrono da Associação Japonesa de Jardins Botânicos, entre outros títulos.
Ele recebeu o título de Príncipe Akishino e permissão para iniciar um novo ramo da família imperial após seu casamento com Kiko Kawashima em 29 de junho de 1990. Ela recebeu o título de Princesa Akishino. Juntos eles têm duas filhas e um filho:
Princesa Mako de Akishino, que nasceu em 23 de outubro de 1991. Ela é formada pela Divisão de Artes e Ciências, pela Faculdade de Artes Liberais da International Christian University, onde atualmente faz curso de doutorado (Ph.D.).
E assim como seus pais, ela também carrega algumas posições honorárias e similares. Sendo elas: Patrono da Associação Japonesa de Kōgei, Patrono Honorário da Associação de Tênis do Japão, Pesquisador afiliado do Museu da Universidade, Universidade de Tóquio.
Princesa Kako de Akishino nascida em 29 de dezembro de 1994. Ela é Graduada pela Divisão de Artes e Ciências da Faculdade de Artes Liberais da International Christian University. No momento, não ocupa posições honorárias e similares.
Príncipe Hisahito de Akishino, que nasceu em 6 de setembro de 2006. Aos 12 anos, o Príncipe Hisahito, está atualmente cursando a Escola Elementar da Universidade Ochanomizu. E como é de se esperar, não ocupa posições honorárias e similares.
Linhagem mais remota na sucessão
O príncipe Hitachi nasceu em 28 de novembro de 1935, irmão do imperador Akihito. Ele recebeu o título de Príncipe Hitachi e permissão para estabelecer um novo ramo da família imperial em 1º de outubro de 1964, um dia depois de seu casamento.
A princesa Hitachi, esposa do príncipe Hitachi, nasceu em 19 de julho de 1940, filha do ex-conde Yoshitaka Tsugaru. O príncipe e a princesa Hitachi não têm filhos. Logo, as chances desta linhagem ascender ao trono chegam a quase zero.
A princesa Mikasa (nascida em 4 de junho de 1923) é a viúva do príncipe Mikasa (2 de dezembro de 1915 – 27 de outubro de 2016), o quarto filho do imperador Taisho e Imperatriz Teimei e tio do imperador Akihito. A princesa Mikasa é a segunda filha do visconde Masanori Takagi e tem duas filhas e três filhos com o falecido Príncipe Mikasa.
A princesa Tomohito de Mikasa é a viúva do príncipe Tomohito de Mikasa (5 de janeiro de 1946 – 6 de junho de 2012), o filho mais velho do príncipe e da princesa Mikasa e primo em primeiro grau do imperador Akihito. A Princesa nasceu em 9 de abril de 1955, filha de Takakichi Asō. Ela tem duas filhas com o falecido príncipe Tomohito de Mikasa:
Princesa Akiko de Mikasa que nasceu em 20 de dezembro de 1981.
Princesa Yōko de Mikasa nascida em 25 de outubro de 1983.
A princesa Takamado é a viúva do príncipe Takamado (29 de dezembro de 1954 – 21 de novembro de 2002), o terceiro filho do príncipe e da princesa Mikasa e primo em primeiro grau do imperador Akihito. A Princesa nasceu em 10 de julho de 1953, sendo a mais velha de Shigejiro Tottori. Ela se casou com o príncipe em 6 de dezembro de 1984.
O Príncipe Norihito de Mikasa, ou o falecido príncipe takamado, recebeu o título Príncipe Takamado e permissão para iniciar uma nova linhagem da família imperial em 1 de dezembro de 1984. A princesa Takamado tem três filhas, duas quem permanece membros da família imperial:
Princesa Tsuguko de Takamado nascida em 6 de março de 1986.
Princesa Ayako de Takamado que nasceu em 15 de setembro de 1990.
Membros vivos que perderam seus direitos
Na Lei da Casa Imperial de 1947, naishinnō (princesas imperiais) e Joō (princesas) perdem seus títulos e posições da família imperial após o casamento, a não ser que se casem com algum membro da família imperial.
A filha mais velha do imperador Showa se casou com o filho mais velho do príncipe Naruhiko Higashikuni em 1943. Essa linguagem acabou perdendo seu status imperial junto com os outros ramos colaterais da família imperial em outubro de 1947.
Quatro das cinco filhas do Imperador Shōwa, as duas filhas do Príncipe Mikasa, a única filha do Imperador Akihito e mais recentemente, a segunda filha do Príncipe Takamado, deixaram a família imperial em casamento, juntando-se à família do marido.
Promovendo relações amistosas com países estrangeiros
O Japão tem a fama de ser um país introvertido, usei esta figura de linguagem para fazer a analogia e melhorar a compreensão. Já que o ele é visto por muitas pessoas como um país difícil de se relacionar, no entanto não é bem assim.
A Família Imperial facilita o fomento de boas relações em nível internacional através de visitas a outros países pelo Imperador ou outros membros da Família Imperial, e até recebendo um monarca do país estrangeiro, a Família Real ou o Presidente como convidados ilustres.
Eles também recebem outros dignitários estrangeiros ou figuras importantes do exterior, trocam correspondências e telegramas com Chefes de Estado estrangeiros, ou despacham um representante para países estrangeiros na ocasião de celebração ou tristeza (em ocasiões apropriadas), e recebem missões diplomáticas residentes no Japão.
Um exemplo disto é a visita recente da princesa Mako ao Brasil, que foi manchete em vários tipos de mídia. Algumas das atividades feitas para promover as boas relações com a países estrangeiros são: Visitas no exterior, Audiências e chás com embaixadores japoneses, Missões Diplomáticas Residentes no Japão, entre outras as quais desempenham sutilmente.
Sucessão ao Trono do Crisântemo
A sucessão ao trono no Japão tem sido um tema constante na mídia. Isso porque a sucessão atualmente somente é passada para os membros masculinos da linhagem imperial. Antigamente o clã imperial incluía linhas colaterais especialmente conhecidas como shinnōke (casas principescas), mas atualmente estas não são mais suscetíveis ao trono.
Isto porque o shinnōke sobrevivente e vários outros ramos do clã imperial estendido (o ōke) foram reduzidos a um status mais comum em 1947, perdendo assim qualquer chance de algum desses membros ascenderem ao trono Imperial.
O Artigo 2 da Constituição do Japão estabelece que “o Trono Imperial será dinástico e a sucessão ocorrerá de acordo com a Lei da Família Imperial aprovada pela Dieta”. Além disso, a Lei da Casa Imperial de 1947 promulgada pela 92ª e última sessão da Dieta Imperial, manteve a exclusão das dinastias femininas que antes eram encontradas na lei de 1889.
Influência das leis na sucessão
O governo do primeiro-ministro Shigeru Yoshida reuniu a legislação rapidamente com o intuito de colocar a Casa Imperial em sintonia com a Constituição americana do Japão, que entrou em vigor em maio de 1947, fruto das imposições americanas após a derrota japonesa na segunda guerra mundial.
Em um esforço para controlar o tamanho da família imperial, a lei estipula que apenas descendentes masculinos legítimos na linhagem masculina podem ser dinastas; que naishinnō (princesas imperiais) e joō (princesas) perdem seu status de membros da família imperial ao se casarem com plebeus.
Príncipes e princesas imperiais, viúvos e viúvas além de outros membros na linha de sucessão podem renunciar à sua filiação à família imperial com aprovação do Conselho da Casa Imperial. Também consta que o imperador e outros membros da família imperial não podem adotar crianças para fins de sucessão.
Crise sucessória
Antes de setembro de 2006, houve uma possível crise sucessória pelo fato de que nenhum menino havia nascido na família imperial desde o príncipe Akishino em 1965. Após o nascimento da princesa Toshi, houve um debate público com o propósito de permitir que as mulheres descendentes de um imperador e seus descendentes suceder ao trono.
E em janeiro de 2005, o primeiro-ministro Koizumi Junichiro reuniu juízes, professores universitários e funcionários públicos para estudar mudanças na Lei da Casa Imperial.
Pouco tempo depois, em 25 de outubro de 2005, a comissão recomendou a alteração da lei para permitir que as mulheres na linha masculina de ascendência imperial sucedessem ao trono. Mas, com o nascimento do Príncipe Hisahito em setembro de 2006, logo essa questão foi deixado de lado não só por Koizumi como pelos sucessivos governos.
Conclusão
Só para constar que após a abdicação do atual Imperador, seu filho irá assumir. No entanto este último não possui filho homem, o que traz preocupação do governo em relação à sucessão e sobre permitir ou não às mulheres ascender ao trono do Crisântemo.
Isto poderia assegurar a continuidade da linhagem. Caso contrário, há muitas chances de que a linhagem de sucessão vá parar na família do príncipe Akishino, que é o segundo filho do imperador. Enfim, muitas coisas podem acontecer até lá. Apenas nos resta observar e aguardar os novos acontecimentos em relação a essa suposta crise na sucessão.
Bom, o artigo ficou um pouco longo afinal trata-se de um tema um pouco complexo, mas espero que tenha sido compreensível a todos. Obrigado por ter lido até aqui e se possível, não esqueça de deixar seu comentário e compartilhar este artigo. Até a próxima. 🙂
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