O Ginkgo na Cultura Japonesa
Ginkgo biloba na Cultura Japonesa
O ginkgo biloba é a árvore nacional da China e também tem um grande significado na cultura japonesa. É considerado um símbolo de longevidade, esperança, superação e paz. Suas folhas em forma de leque são muito apreciadas por sua beleza e por isso estão muito presentes em poemas, literatura, cerâmica, pintura, etc.
A longevidade, é sem dúvidas, uma de suas maiores características: Uma árvore ginkgo biloba pode viver mais de 2 mil anos. Também ganhou o apelido de “fóssil vivo” por ser considerada uma das árvores mais antigas do mundo. Também é conhecida como “portadora da esperança”, por ser uma das poucas árvores sobreviventes em Hiroshima, após o bombardeio atômico de 1945.
Isso se deu pelo fato do Gingko ser uma árvore que resiste às intempéries climáticas e pressões ambientais das áreas urbanas. Talvez por isso essa árvore tenha sido escolhida para ornamentar tantas ruas no Japão como o Icho Namiki (Avenida Ginkgo), localizado no jardim do Santuário Meiji, em Tóquio.
O Icho Namiki se caracteriza por um túnel com mais de 65 mil árvores Gingko biloba. No outono, suas folhas ganham uma coloração dourada, deixando o cenário ainda mais incrível.
Com certeza vale a pena ir até o Santuário Meiji durante o Koyogari para apreciar esse belo e indescritível túnel dourado.
Pra quem quiser visitar o Icho Namiki (Avenida Ginkgo), fica apenas um quarteirão da Estação de Metro Aoyama Ichome. A melhor época para apreciar as folhas douradas de ginkgo é durante o mês de novembro.
Origem do Gingko no Japão
Segundo a Universidade de Ohio, as árvores Ginkgo biloba já existem na Terra há mais de 150 milhões anos. Os cientistas acreditavam que a espécie estava definitivamente extinta, até que séculos atrás, alguns pesquisadores descobriram espécimes de Ginkgo em jardins de templos budistas na China.
E foi através de sementes trazidas por monges budistas chineses que o gingko chegou ao Japão por volta do ano 1192 dC, sendo plantadas perto dos templos. Muitas dessas árvores estão vivas até hoje e por isso passaram a ser admiradas e reverenciadas por sua resistência e longevidade.
Ginkgo na alimentação
O Ginnan (nozes do Ginkgo) ajudam na digestão e no combate de várias doenças. O Ginnan também é utilizado na confecção de doces e sobremesas, servidos em cerimônias de chá. A partir do período Edo (1600-1867), o Ginnan se tornou um ingrediente para a confecção de Tsukemono (picles japoneses) ou então assadas para serem consumidas com saque. Também estão presentes em pratos quentes de inverno como chawan-mushi e nabe-ryori.
No Japão também são encontrados o Ginnan em forma de suplementos dietéticos que dizem aumentar a memória e melhorar as atividades mentais. O Ginkgo também é muito apreciado como bonsai (árvore em miniatura).
Gingko na Literatura e nas Artes
A folha de gingko se caracteriza por dois lóbulos repartidos no meio e por essa razão é retratada como um símbolo da dualidade e do amor em muitas obras de arte e literatura. Li Shizhen, um dos maiores naturalistas chineses de todos os tempos, relata que a folha do ginkgo retrata a ideia de yin e yang.
No Japão, existem várias lendas e romances sobre o ginkgo. A primeira vez que o ginkgo apareceu na literatura japonesa foi em 1530, no diário de viagem do poeta Socho, onde ele escreveu sobre ter dado a alguém um punhado de folhas amarelas de ginkgo juntamente com um poema waka.
Desde a Idade Média, o ginkgo está presente em diversos poemas Haikai ou Haiku e também se tornou um símbolo em cerâmicas, lacas, esculturas, pinturas, vasos, portas, bandeiras, quimonos, templos, santuários, lápides, cristas de famílias, espadas e outros acessórios de samurais.
Vídeo da Avenida Ginkgo em Tóquio
Assistam a esse vídeo do Icho Namiki (Avenida Ginkgo).
Simplesmente mágico!!! 😉
Link do vídeo (YouTube)
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