Kakemono ( Kakejiku ) – Pergaminhos japoneses de parede
Kakemono ou Kakejiku – Pergaminhos japoneses de parede
Todo bom descendente de japonês, dever ter em alguma parede de sua casa, como decoração, um Kakemono ou Kakejiku (pergaminho japonês). O Kakemono é uma verdadeira expressão da arte e faz parte da decoração ornamental de uma casa japonesa, assim como o Ikebana.
O Kakemono geralmente tem o formato vertical, feito totalmente de maneira artesanal, com papel de seda ou tecido e emoldurada com papel brocado. Alguns podem até ser feitos com fios de ouro ou pedras preciosas. Desta maneira, o preço é bastante variável, podendo chegar a milhões de ienes.
No conteúdo do Kakemono pode conter uma figura (animais, flores, paisagens, personagens da cultura japonesa ou do folclore japonês ou então uma caligrafia como um provérbio ou uma poesia. Todos possuem uma expressão artística, independente do seu valor. São realmente magníficos!
História do Kakemono – Kakejiku
Período Heian (794 – 1192)
O primeiro Kakejiku foi trazido da China, por missionários budistas que realizavam pinturas em pergaminhos para espalhar a sua religião. Depois que o budismo foi introduzido no Japão, o estilo kakemono suspenso, passou a ser difundido.
Período Momoyama (1573 – 1600)
Dois grandes soberanos representaram este período. Oda Nobunaga e Toyotomi Hideyoshi. Eles gostavam de realizar a cerimônia do chá (Chanoyu) em uma sala especial chamada “Tokonoma“. Essa sala era considerada o espaço que liga a arte e a vida cotidiana e era onde ficava a maioria das artes, incluindo os pergaminhos.
O principal objetivo do Kakejiku ou Kakemono, como também é chamado é de dar boas vindas aos visitantes da casa, assim como o Ikebana é responsável pela harmonia do ambiente.
As técnicas de pintura e de montagem do Kakejiku também foram se desenvolvendo e foram criados diversas figuras e poemas, provenientes de vários artistas.
Período Edo (1603 – 1868)
Esse período no Japão foi bem pacífico e isso contribuiu para o surgimento de muitos pintores. O Kakejiku começou a se popularizar entre o povo e já não era apenas os soberanos que os tinha em suas casas. Nessa época começou a ocorrer competições entre os pintores.
Após o Período Meiji (1868 ~)
Com as competições, os pintores se aprofundaram suas técnicas e ganharam mais liberdade de expressão, aumentando a variedade de desenhos e manuscritos com provérbios. Cada autor marca sua obra com seu Hankô (inkan), que é a forma usada para assinar no Japão.
As obras se popularizaram de vez após a Segunda Guerra Mundial, se tornando item obrigatório nas residências japonesas por todo o país. Os mais belos pergaminhos foram feitos à partir dessa data e no Japão é comum muitos colecionadores de Kakejiku, que possuem pergaminhos seculares e de inestimável valor.
Algumas famílias também possui Kakejiku herdados dos seus ancestrais e que são repassados através das gerações. Também é comum as pessoas trazerem vários Kakejiku do Japão para darem de lembrança aos familiares e amigos que vivem no Brasil ou então para si próprios, como recordação ou para decoração de ambientes.
Cuidados que se deve ter com o kakejiku
Como qualquer obra de arte, existem alguns cuidados que se deve ter com o painel japonês. O ambiente que ele ficar, não deve estar muito úmido e nem muito seco. Os japoneses não costumam deixá-los na parede por muito tempo. De vez em quando é preciso guardá-los na sua caixa especial, o “kiribako”.
O Kiribako, geralmente é feito de madeira especial que mantém a umidade constante e protege o pergaminho contra a corrosão. Nas duas extremidades da barra de rolagem do Kakejiku, geralmente tem “Fuchin” , que são pingentes que servem para dar peso ao pergaminho. O Kakejiku, geralmente é bastante leve e o “Fuchin” serve para manter o equilíbrio, evitando que o painel fique balançando por causa do vento.
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