12 fatos negativos sobre Japão
12 fatos negativos sobre Japão
Como sabemos, nem tudo é perfeito e cada país tem seus prós e seus contras. Com o Japão não é diferente. Já listei aqui no blog sobre vários pontos positivos sobre o Japão, mas só quem morou aqui um certo tempo, sabe que nem tudo são flores e que infelizmente o país também tem seus pontos negativos.
Isso não significa que eu não goste do Japão. Muito pelo contrário. O Japão é um país excelente para se morar em todos os sentidos e que tem muito a ensinar. A admiração pela cultura japonesa com certeza prevalece, mesmo me deparando com alguns problemas durante a permanência ou não gostando ou concordando com certas coisas que acontecem no Japão de maneira geral.
12 Pontos Negativos do Japão
1. Desastres naturais
Não é segredo pra ninguém que o Japão é um país com grande propensão a enfrentar desastres naturais, como terremotos, tufões e tsunamis. Ao longo da história houve grandes desastres com alto poder de destruição, como o terremoto e tsunami de 2011. Na verdade, terremotos acontecem todos os dias, com intensidade variável, mas a maioria não é perceptível. Mas apesar do Japão ser um país preparado para esses tipos de desastres, sempre ficamos um pouco apreensivos, ainda mais depois do dia 11 de março de 2011.
2. Altas taxas de Suicídios
Segundo estatísticas, o Japão tem uma das mais altas taxas de suicídio do mundo, com mais de 30.000 pessoas se matando a cada ano desde 1998. Realmente é um número assustador, que coloca em evidência questões sociais e culturais que acabam mostrando o suicídio como algo “aceitável”.
Alguns exemplos que podemos citar são os rituais de Seppuku ou os famosos Kamikazes. Outro fato que comprova isso é o “Kanzen Jisatsu Manyuaru” (Manual Completo do Suicídio) de Wataru Tsurumi, que acabou se tornando um best seller no Japão, com mais de 1 milhão de exemplares vendidos.
3. Bullying, um grave problema social
O ijime (Bullying) é algo muito presente no Japão, especialmente na vida escolar dos seus cidadãos, embora também esteja presente no trabalho. Não é a toa que essa seja a principal preocupação de brasileiros em colocar os filhos para estudar nas escolas japonesas. Há relatos de crianças estrangeiras que dizem ter sofrido ijime pelo fato de ser “gaijin” e não ter domínio completo do idioma.
Existe um ditado no Japão que diz assim: “O prego que se destaca, será martelado”. Esse pensamento reflete uma rejeição a tudo que possa ser diferente e é uma das principais justificativas para a prática do bullying. Infelizmente esse triste fato faz parte da realidade japonesa e tem trazido consequências terríveis, como problemas psicológicos e até suicídios.
4. Estresse por excesso de trabalho
A vida de trabalho no Japão pode ser extremamente estressante para muitas pessoas, entre japoneses e estrangeiros. Na maioria das vezes o estresse acontece por causa das longas jornadas de trabalho. Esse problema tem causado o afastamento do trabalho por invalidez ou resultado em fenômenos ainda mais trágicos como o Karoshi (Morte súbita por excesso de trabalho) ou Karojisatsu (suicídio provocado por condições estressantes de trabalho)
5. Pornografia infantil
Pornografia infantil (criação e distribuição) é crime no Japão desde 1999, mas somente neste ano que a posse de material passou a ser crime também. Porém, a pornografia infantil presente na indústria do entretenimento nos mangás, animes e computação gráfica, sempre foi considerada “aceitável”. Isso sem dúvidas nenhuma é bizarro, ainda mais levando-se em conta que a pornografia adulta é cercada de pudores como os “pixels” para esconder as partes íntimas.
Segundo a ONU, o Japão é o maior produtor e consumidor de pornografia infantil do mundo e de acordo com o livro Sexnomics, do economista Takashi Kadokura: 80% do material transferido via internet tem origem no Japão e 1 entre 10 homens no Japão admite que já consumiu ou possuiu material do tipo.
6. Amizades passageiras
No Japão, acabamos conhecendo muitas pessoas e criamos vínculos de amizade com pessoas de todo o Brasil. O problema no entanto, é a falta de consistência nas amizades. Não que não sejam amizades verdadeiras, mas como o Japão é um lugar provisório para a maioria dos dekasseguis, é normal criarmos amizades momentâneas, já que no decorrer do tempo, muitos retornam à sua cidade no Brasil ou mudam para outra região do Japão.
Claro que tem amizades que conseguimos manter pra sempre, mas acredito que a maioria que vive ou viveu no Japão já passou pela experiência de ter tido uma grande amizade no Japão, mas que infelizmente acabou perdendo contato ao longo do tempo por causa da distância ou por causa da correria do dia a dia.
7. Execução de cães e gatos
Essa é uma coisa que só tive conhecimento a pouco tempo: A morte de cães e gatos abandonados em câmaras de gás. Esse fato veio à tona depois de reportagens na TV japonesa e de um documentário chamado “Inu, Neko, Ningen” (Cães, gatos e homens) de Motoharu Iida, onde ele conta que infelizmente este é o fim trágico e sofrido dos animais de estimação que são abandonados pelos donos e que não conseguem serem adotados.
Dizem que os animais sofrem horrores antes de morrer nessas câmaras de gás. Outra coisa que choca é saber que muitos japoneses compram cães por modinha e depois que enjoam dos bichanos, levam para esses lugares. Isso é realmente muito triste. Se quiserem saber mais a respeito, clique aqui.
8. Caça às baleias e golfinhos
Mesmo com protestos do mundo inteiro sobre os riscos de extinção, o Japão continua caçando baleias e golfinhos. E alegação para a caça são por dois motivos: Comer carne desses animais é considerada “tradição” em certos locais do país. Outra alegação para a caça destes animais seria para fins de pesquisas, embora a carne acabe nos açougues e frigoríficos do mesmo jeito.
Segundo dados, o Japão matou cerca de 10 mil baleias entre 1989 e 2009 e toneladas de carnes estão congeladas porque não há consumo interno. Muitas pessoas deixaram de comer a carne de baleia devido às restrições. Quanto aos golfinhos, todos os anos centenas são abatidos em Taiji para o consumo ou para serem vendidos para os grandes parques aquáticos do mundo todo.
E segundo pesquisas, a carne dos golfinho é tóxica e imprópria para o consumo. Os níveis de mercúrio desta carne chegam a ser cinco mil vezes superiores ao permitido pela Organização Mundial de Saúde. E mesmo assim, a carne de golfinho é servida nas creches de Taiji para alimentar as crianças.
9. Xenofobia
Na verdade, eu nunca passei por nenhuma situação que eu possa chamar de xenofóbica no Japão, mas há muitos estrangeiros que relatam ter passado por essa experiência. Talvez isso se explica pelo Japão ter sido uma nação fechada e isolada por muitos séculos. Ou por considerarem que a etnia japonesa é uma “raça pura”, motivo pelo qual querem preservá-la custe o que custar.
Um caso recente de discriminação se deu por torcedores do Urawa Red Diamonds em um jogo da J-League contra o time Sagan Tosu, no Saitama Stadium. Na faixa que os torcedores colocaram na arquibancada estava escrito “Japanese Only” (Somente japoneses), o que gerou grande revolta. Mas acredito que esses episódios xenofóbicos acontecem por causa de alguns grupos nacionalistas e por isso, não podemos de forma alguma generalizar.
Na minha opinião, se os estrangeiros que vivem no Japão aprendem o idioma, respeitam as regras e procuram se integrar o máximo possível com a cultura japonesa, dificilmente serão alvos de discriminação. Pelo contrário, podem até ser admirados e elogiados pelo esforço em adaptar-se no país. Para quem quer saber a opinião de um japonês nativo sobre o assunto, clique aqui.
10. Crimes hediondos
Quando alguém pergunta se o Japão é um lugar seguro pra viver em relação a criminalidade, a primeira coisa que nos vem à cabeça é que o Japão de fato é mais seguro, especialmente em comparação com o Brasil. Porém, ultimamente o Japão tem registrado muitos crimes, especialmente envolvendo crianças.
Alguns dos crimes frequentes são raptos de crianças, bebês esquecidos dentro do carro enquanto a mãe passa horas jogando Pachinko ou o que ainda é mais chocante: crimes horríveis cometidos por adolescentes. Um caso recente foi de uma menina de 15 anos que esquartejou uma colega de escola.
Enfim, o Japão é considerado um país com baixa criminalidade em comparação ao resto do mundo, porém crimes acontecem como em qualquer outro lugar e são praticados não só por estrangeiros como por japoneses também. E alguns dos crimes que vemos por aqui são realmente de arrepiar os cabelos.
11. Machismo
Esse é um assunto bastante relativo e vai depender do ponto de vista de cada pessoa. Em determinadas situações fica claro que a cultura japonesa passe a impressão de ser um pouco machista, como por exemplo o fato das mulheres ganharem menos que os homens mesmo fazendo o mesmo serviço.
Até bem pouco tempo atrás, era comum as mulheres ocuparem cargos menos privilegiados após a licença maternidade. Hoje em dia, as coisas tem mudado em favor das mulheres mas ainda é possível notar o machismo em determinadas situações. Um caso recente foi durante um discurso da vereadora Shimoura Ayaka sobre medidas para aumentar a fertilidade e de apoio à criação dos filhos.
Durante o seu discurso, onde Ayaka representava a classe feminina, ela foi insultada por Akihiro Suzuki, um político japonês que disse pra ela “correr e arrumar um marido”. Dias depois, Suzuki se retratou pedindo desculpas publicamente à colega. De qualquer forma, diante dessa situação, dá pra ter uma noção de que esse pensamento machista prevalece no Japão.
12. Crises econômicas
O Japão agora enfrenta um período econômico estável, com fartura de empregos, mas sabemos que o país não está ileso de passar por crises econômicas graves, como a que aconteceu nos anos de 2008/2009. Nessa época, muitos brasileiros ficaram desempregados e alguns optaram em receber o auxílio de 300 mil ienes do governo para voltar para o Brasil.
Atualmente, o Japão está com uma divida pública lá nas alturas, sendo a maior dentre os países desenvolvidos (7,44 bilhões de euros). Outro fator agravante em relação ao futuro econômico japonês é o número de pessoas com mais de 65 anos que corresponde a 23% da população. Em 2025, estima-se que o número de aposentados corresponderá a 30% da população.
Enfim, por essas e por outras é sempre bom aproveitar a estadia no Japão para poupar o máximo que puder e assim não ser pego de calças curtas em uma eventual crise que possa vir a ocorrer. Juntar dinheiro nos dias de hoje não é uma tarefa fácil, ainda mais para os solteiros, mas temos que ter em mente que é importante pra passar por essas instabilidades econômicas sem sustos.
Enfim, o post de hoje é apenas para mostrar que o país tem seus pontos positivos e negativos assim como qualquer outro. De qualquer maneira, morar no Japão é uma experiencia única e ninguém mais consegue ser o mesmo depois de viver alguns anos no Japão. Tanto isso é verdade que a adaptação no Brasil acaba sendo muito difícil para a maioria dessas pessoas.
E aí, o que acharam do post de hoje? Tem algo que poderia ser acrescentado ao texto? Compartilhe conosco suas opiniões sobre o assunto…
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