Conheça O Cogumelo Mais Caro Do Mundo


Dobin mushi

Matsutake, o cogumelo mais caro do mundo

Mattake ou Matsutake (Tricholoma matsutake) é um cogumelo micorriza de alto valor comercial. Esse tipo de cogumelo nasce nas raízes das árvores, como o Pinheiro Vermelho Japonês. O preço desse cogumelo depende da qualidade da safra e podem custar de 20 mil ienes (cerca de 400 reais) a 100 mil ienes (cerca de 2 mil reais).

O Cogumelo Matsutake é muito valorizado no Japão por causa do seu aroma forte e picante, embora também seja apreciado em outras partes da Ásia, como na Coreia do Sul. Trata-se de um cogumelo que apesar de ser raro, pode ser encontrado em várias regiões do mundo, especialmente Ásia, Europa e América do Norte.

Devido à sua raridade, os preços são caros. No Japão, as províncias de Nagano, Iwate e Yamaguchi são os maiores produtores desse cogumelo. A colheita ocorre entre os meses de setembro e outubro, época que tem a umidade ideal, propícia para o desenvolvimento desses fungos, devido às chuvas abundantes.

Elas são colhidas antes da sua tampa abrir completamente porque dizem que depois de aberta, o cogumelo perde o seu aroma característico. A colheita anual no Japão gira em torno de mil toneladas. Quanto pior a colheita, mais caro fica os cogumelos, que podem chegar a 100 mil ienes por cada quilo.

Matsutake, o Cogumelo Mais Caro Do Mundo

Matsutake, o Cogumelo Mais Caro Do Mundo

Mas, você deve estar se perguntando… O que esse cogumelo matsutake tem de tão especial para os japoneses pagarem tão caro por eles? 🙂

Aqui estão algumas respostas:

Os cogumelos matsutake já são consumidos desde a pré-história. Só para se ter uma ideia, várias réplicas de cogumelos, incluindo o matsutake, feitos de barro, foram encontrados em ruínas do Período Jomon (entre 13.500 e 3.000 anos atrás), de acordo com o site do Japan Special Forest Production Promotion Association.

Segundo o site, as réplicas foram criadas para as pessoas do período Jomon distinguirem os diversos tipos de cogumelos, afinal muito deles são tóxicos e não comestíveis. O Matsutake também foi tema de vários poemas tanka nos períodos Nara e Heian, entre os anos de 710dC a 1192dC.

O matsutake, portanto, é uma iguaria apreciada pelos japoneses há milhares de anos e se caracteriza por seu aroma inigualável, que segundo dizem, estimula o paladar. Segundo Akiyoshi Yamada, pesquisador da Universidade Shinshu em Nagano, é necessário importar o Matsutake para suprir a demanda.

Alguns desses países exportadores são Estados Unidos, Canadá, China e Coreia do Sul. O preço dos cogumelos matsudake importados da América do Norte variam de 3.000 a 9.000 ienes por quilo. Já os cogumelos importados da Coréia do Sul podem custar em média, 33.407 ienes por quilo.

Matsutake Gohan

Matsutake Gohan – Imagem de Holly A. Heyser

A Indústria do Matsudake no Japão

O pesquisador salienta que o matsutake movimenta 30 a 40 bilhões de ienes por ano. Mas você deve estar estranhando a grande discrepância em relação aos preços não é mesmo? Segundo Yamada, o motivo seria em razão da rapidez no transporte que proporciona cogumelos matsudake mais frescos.

E por que os matsudake nacionais são mais caros que os importados já que não há muito custos com transporte? Segundo Yamada, a razão é essa mesma. Os matsudake não perdem o aroma devido ao transporte e além disso, Yamada diz que essa seria uma forma de valorizar a produção nacional.

Porém, ao contrário de outros cogumelos como “shiitake” e “shimeji”, que são facilmente cultiváveis utilizando técnicas artificiais, o cultivo de Matsutake é bastante complicado, mesmo com todos os esforços dos agricultores.

Esse tipo de cogumelo gosta de nascer e crescer livremente, mas com o desmatamento e uso de fertilizantes, o número de matsudake tem diminuído a cada ano. Por isso, apesar do Japão ser um dos maiores consumidores, ao lado da vizinha Coreia do Sul, esses países não são os maiores produtores.

Em 2009, a produção japonesa chegou a 24 toneladas em 2009, 1,5% do total do consumo anual, segundo o Ministério da Agricultura do Japão. A maior parte do matsudake consumido no país vem da China, representando 73% do total, seguido pelo Canadá com 10,2% e Estados Unidos com 9,8%.

Outra curiosidade é que a Coreia do Norte já foi o segundo maior fornecedor de matsutake para o Japão, depois da China. Em 2006, por exemplo a Coreia do Norte enviou 230 toneladas no valor de 827 milhões de ienes, mas a partir de 2007, o Japão deixou de importar da Coreia do Norte por causa dos programas nucleares e sanções políticas e econômicas entre os dois países.

Como o matsudake é consumido?

Dobin mushi

Dobin mushi – Imagem de Sakura Village.jp

Os cogumelos matsudake não são tão populares em outros países e segundo Moriya, do Japan Agriculture Kamiina, as principais razões são por questões históricas e culturais. A maioria dos países ocidentais não tem esse hábito incrustado em sua cultura e nem acham o aroma tão atrativo assim.

Um dos pratos mais populares com Matsutake no Japão é o “Dobin Mushi” (土瓶蒸し), preparado em um bule de barro e o “Matsutake Gohan” (arroz misturado com matsutake). Normalmente, os matsudake são cozinhados com pouco tempero a fim de preservar seu aroma característico.

Receita de Matsudake Gohan


Link do vídeo (YouTube)

A regra também é comê-los o mais fresco possível, por isso é comum vê-los em abundância em setembro e outubro, durante a estação do outono, época em que são colhidos. Você já provou algum prato com o cogumelo matsudake? O que achou do sabor? Não deixe de compartilhar conosco sua opinião. 🙂

Referência: Japan Times

3 Comentários

  1. may

    Nunca comi, não, pois não sou apreciadora de cogumelos, a não ser aquele pequeno, o popular champignon. E com esses preços! Tá parecendo as famosas trufas francesas, que só nascem onde querem (nas raízes dos carvalhos) e por isso mesmo custam os olhos da cara!

  2. parabéns pela postagem

  3. Marcos

    Morei doze anos no Japão e aprecio muito cogumelos, eu comprava Matsutake sempre que estava em oferta nos supermercados. A textura é macia, bem parecida com Champignon fresco, o aroma lembra uma mistura de pinhão com funghi italiano, é bem particular não dá para descrever direito. A melhor forma de preparo, na minha opinião, é embrulhado em papel alumínio na grelha e temperado somente na hora do consumo, com sal moído e gotas de sudachi (limão cravo japonês). Dourado em manteiga também fica muito saboroso.

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