Cassinos: Japão avança para “resorts integrados”
De acordo com o site Yogonet, o Japão está desenvolvendo uma nova lei sobre os jogos de fortuna e está se inspirando no modelo de Singapura. Makoto Nakagawa, diretor geral da Comissão Regulatória de Cassinos do Japão, esteve na cidade-estado do Sueste Asiático para o 5.º Simpósio sobre Regulação de Jogo e Crime de Singapura.
De acordo com Nakagawa, Singapura conseguiu um equilíbrio perfeito entre uma legislação forte e a promoção do jogo responsável. O Japão deverá seguir o modelo de resorts integrados, com cassino e outras formas de diversão e entretenimento, que Singapura escolheu.
Leis de jogo no Japão
O Japão, de uma forma semelhante ao Brasil, está entre os países que colocam maiores restrições aos jogos de fortuna. Os cassinos são proibidos, e mesmo as apostas online em esporte têm muitas restrições e poucas exceções (as corridas de cavalos são um exemplo).
As próprias salas de pachinko, o conhecido equivalente das salas de caça-níqueis no resto do mundo, funcionam contornando a legalidade.
A casa não paga prêmios aos vencedores, mas sim troféus e outros objetos de relativo valor; os vencedores de pachinko se dirigem então a outras lojas, mancomunadas com as casas de pachinko, onde trocam esses troféus por dinheiro. É um sistema a que as autoridades vão cedendo; ainda assim, por vezes tem ameaças.
Em 2011, o prefeito de Tóquio declarou que as casas de pachinko estavam consumindo demasiada eletricidade (todas as máquinas são elétricas, naturalmente).
Medidas previstas no Japão
Ainda de acordo com o YogoNet, o Japão está prevendo criar uma taxa de entrada nos resorts a seus próprios cidadãos, no valor de 6,000 yen (cerca de R$230 ao câmbio atual).
Haverá também um limite ao número de ocasiões em que os cidadãos nipônicos poderão acessar esses estabelecimentos. Medidas idênticas foram adotadas em Singapura, onde os cassinos se destinam principalmente aos visitantes e residentes de outras nacionalidades.
Resorts integrados também no Brasil?
No mesmo sentido, espera-se que o Japão permita autorizações para três grandes cassinos resort integrados. Duas dessas licenças seriam atribuídas a dois operadores já presentes em Singapura, a Genting Singapore e a Las Vegas Sands Corp.
Esta última é de especial interesse para os brasileiros, uma vez que é a empresa de Sheldon Adelson, o maior empresário de cassinos à nível mundial (atualmente o 24.º na lista das pessoas mais ricas do mundo, elaborada pela revista Forbes).
Adelson tem mostrado interesse em abrir um cassino resort no Rio de Janeiro, semelhante a seu Marina Bay Sands de Singapura e ao que pretende abrir no Japão.
Já se reuniu pessoalmente, por duas vezes, com Marcello Crivella para debater o assunto. E o prefeito da Cidade Maravilhosa vem defendendo o investimento de Adelson como forma de promover a economia e conseguir mais receita e criação de emprego. Será que o Brasil, tal como o Japão, irá estudar e adaptar a legislação de Singapura a sua realidade?
Os cassino resorts deverão abrir durante a próxima década. Além das salas de jogo, deverão incluir restaurantes, hotéis, salas de conferências, salas de espetáculo e mais.