Belas fotografias coloridas à mão dos guerreiros samurai e suas cortesãs
Ao chegar no Japão em 1863, o fotógrafo Felice Beato encontrou o país em plena guerra civil, mas isso não o impediu de fazer grandes registros desta época.
Quando o fotógrafo Felice Beato chegou ao Japão em 1863, encontrou o país em plena guerra civil entre clãs samurais. Além disso, depois de passar mais de duzentos anos em reclusão, o Japão estava sendo forçado pelos americanos, a expandir seu comércio com o resto do mundo.
O país acabou ficando dividido entre o Xogunato Tokugawa, em Edo (atual Tóquio) e a Corte Imperial com sede em Kyoto. Na década seguinte, um período conhecido como Bakumatsu, o Japão foi dividido à medida que a ordem imperial gradualmente assumiu o controle.
O momento chave veio quando os samurais das províncias de Chōshū e Satsuma derrotaram o Xogunato em 1867, o que levou à restauração do domínio imperial sob o imperador Meiji.
Felice Beato era um anglo-italiano, nascido em Veneza em 1832 e criado no protetorado britânico de Corfu. Ele aprendeu seu ofício com o renomado pioneiro fotográfico James Robertson.
Ele viajou com Robertson para Constantinopla documentando muitas guerras imperiais britânicas travadas na Crimeia, Índia e China. A habilidade de Beato fez com que ele (junto com seu irmão Antonio) fosse reconhecido como um dos principais fotojornalistas do século.
Em 1862, Felipe Beato vendeu a maior parte de sua obra fotográfica e investiu o dinheiro na Bolsa de Valores de Londres, onde foi rapidamente perdido. No ano seguinte, decidiu deixar a Inglaterra e partir para uma nova aventura, desta vez para o Japão.
Ao chegar a Yokohama, Beato estabeleceu um negócio com o artista inglês Charles Wirgman, que desenhava esboços e gravuras a partir das fotografias de Beato. As viagens eram perigosas no Japão, com muitos dos guerreiros samurais do xogunato matando ocidentais. Em Edo, a embaixada americana havia sido incendiada e os ocidentais ameaçados de morte.
Em uma ocasião, Beato escapou de tal destino depois de recusar uma turnê de Kamakura com dois oficiais imperiais, que encontraram dois samurais sem mestre (ou ronin) e foram decapitados. No entanto, através de seus contatos militares, Beato conseguiu viajar para muitas das áreas isoladas do país, onde documentou os últimos anos do Japão feudal.
Entre suas primeiras fotografias estavam os retratos dos samurais de Satsuma, que posavam alegremente para ele. Em um retrato, onde posam quatro samurais, um deles em pé, segura um livro vermelho de literatura inglesa enquanto outro sentado, está com uma faca desembainhada – destacando seu domínio do conhecimento ocidental e sua força na tradição japonesa.
Como as viagens ficaram restritas por causa da guerra civil, Beato abriu um estúdio em Yokohama, onde fotografou muitos guerreiros samurais e suas cortesãs.