Dekassegui: Tipos de trabalho oferecidos nas fábricas do Japão
Normalmente, as ofertas de emprego designadas aos dekasseguis são referentes a trabalhos não-qualificados (tanjun sagyo). Conheça alguns dos principais:
Em junho de 1990 foi editada a “Lei de Controle de Imigração”, permitindo que descendentes de japoneses (nikkeis, 日系) até a 3ª geração (sanseis) e seus cônjuges pudessem trabalhar no país e com um visto de 1 a 3 anos. Após alguns anos vivendo no Japão, os brasileiros e outras nacionalidades, tem a possibilidade de obter um visto permanente de residência.
Recentemente, foi concedido aos yonsei (4° geração), a permissão de obter visto de trabalho no Japão. No entanto, para esse grupo de pessoas existe uma série de exigências, dentre elas, ter conhecimento básico do idioma japonês, equivalente ao nível 4 do teste JLPT.
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“Dekassegui” (出稼ぎ), formado pela união de 出る (deru, sair) e 稼ぐ (kasegu, ganhar dinheiro) é o termo utilizado para designar todos os imigrantes estrangeiros com ou sem ascendência japonesa, que deixam seu país de origem para residir e trabalhar no Japão.
Normalmente, as ofertas de emprego designadas aos dekasseguis são referentes a trabalho não-qualificado, conhecidas como tanjun sagyo (単純作業) em fábricas e indústrias japonesas tais como fabricação de produtos alimentícios para lojas de conveniência (bento-ya), produção de vidros, ar-condicionado industrial, componentes eletrônicos e autopeças.
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Na primeira vez que vamos ao Japão, é comum usarmos agências aqui no Brasil que nos encaminham para alguma empreiteira no Japão, que por sua vez fará nossa colocação em alguma fábrica. As agências costumam providenciar toda a documentação, incluindo o visto e financiar a passagem, o que facilita a vida daqueles que não tem todo o montante necessário.
No entanto, após algum tempo no Japão, já com uma certa experiência de como funciona as coisas por lá, é possível obter empregos diretamente com a fábrica, sem intermediação da empreiteira. As vantagens da empreiteira são o fato de oferecer apartamento geralmente já equipado com itens básicos, facilitando a vida de quem está indo ao Japão pela primeira vez.
O conselho para as pessoas que estão planejando trabalhar no Japão pela primeira vez é procurar por empreiteiras já consolidadas para evitar aborrecimentos futuros. Pesquise também sobre a cidade e sobre o tipo de trabalho oferecido pela agência ou empreiteira.
As principais funções designadas aos brasileiros nas fábricas japonesas:
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Kumitate (組立 montagem) – Execução das etapas de montagem de peças, componentes e dispositivos eletrônicos, montagem de auto peças de automóveis.
A indústria automobilística é uma das mais bem-sucedidas do Japão. Lar de seis dos dez maiores fabricantes de veículos do mundo, algumas dessas empresas cruzaram para diferentes setores, como eletrônicos, por exemplo, o que requer mão de obra nas etapas de montagem de peças, componentes e dispositivos eletrônicos conhecidas como Kumitate (組立).
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Kompoo (梱包 embalagem) – Embalagem de produtos e peças para despacho, tanto dentro do Japão como para o exterior. Geralmente ter leitura básica do idioma japonês é um requisito.
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Kensa (検査 checagem, inspeção) – Função requisitada nas linhas de produção para exercer o controle de qualidade. Requer do trabalhador atenção, habilidade manual e acuidade visual, principalmente em linhas de componentes eletrônicos.
Essa função está presente em vários tipos de fábricas, incluindo de automóveis. Os automóveis japoneses são conhecidos por sua qualidade, durabilidade, eficiência de combustível e mais recursos por um preço relativamente mais baixo do que seus concorrentes.
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Yoosetsu (溶接 soldagem) – Em diferentes etapas do processo de produção, existe a necessidade de soldagem. Há vários tipos de solda, como a MIG, o supotto (spot) e handa zuke (半田付け), o uso da solda para conectar terminais de componentes eletrônicos.
É necessário habilidades mais específicas e uma certa destreza, não apenas na produção de peças automobilísticas, mas de diversos outros produtos como componentes eletrônicos.
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Unpan (運搬 transporte) – Pode ser o transporte para reposição de peças nas linhas de montagem, assim como para trabalhar nos estoques de peças e produtos, com o uso de empilhadeira ou outro veículo.
Indústria alimentícia no Japão
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O Japão é conhecido por possuir muitas indústrias, dentre elas, a alimentícia que produz uma grande variedade de produtos, que vão desde itens tradicionais, como pasta de soja (miso), molho de soja a cerveja e carne. Por este motivo, demanda muitos empregos no Japão.
A indústria alimentícia passou por um crescimento suave na década de 1980, principalmente a partir do desenvolvimento de novos produtos como “cerveja seca” e alimentos pré-cozidos, cada vez mais utilizados por famílias menores, devido à facilidade e conveniência.
Existem fábricas empregando brasileiros em quase todo o Japão, mas certas províncias são conhecidas por uma demanda maior de ofertas de emprego tais como Aichi, Shizuoka, Yamanashi, Gunma, Ibaraki, Saitama, Osaka, Mie, Nagano, Fukui, Shiga, Chiba e Tochigi.
Com a falta de mão de obra não especializada e com o crescimento na demanda por produtos japoneses no exterior, as oportunidades de trabalho para imigrantes tem crescido.
Zangyou (残業) – Horas extras no Japão
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Muitos brasileiros que trabalham no Japão costumam fazer horas extras, já que receberá um acréscimo de 25% por cada hora a mais. Eles veem como uma oportunidade de juntar dinheiro.
Embora a maioria das fábricas japonesas zele pela higiene, limpeza e organização, algumas das maiores dificuldades de adaptação seja o fato de ficar muitas horas seguidas em pé, embora existam trabalhos realizados sentados, dependendo da empresa e especialmente da função.
Outra queixa frequente é o trabalho repetitivo, especialmente nas linhas de montagem, onde você precisa fazer os mesmos movimentos por 8 ou mais horas seguidas. Em muitas fábricas no Japão, o trabalho é realmente exaustivo devido às muitas horas que ficamos dentro dela.
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Mas tudo é questão de adaptação. Além disso, o salário recebido pelo trabalho é um convite para continuar trabalhando em fábrica por longos anos, com o objetivo de fazer um pé de meia e retornar ao Brasil com o objetivo de abrir um negócio próprio ou comprar um imóvel. Outros preferem não retornar e investir o dinheiro em uma casa própria no Japão.
Vale lembrar que o leque de opções de trabalho se abrem para brasileiros fluentes na língua japonesa. Muitos tem a opção de trabalhar como intérprete e ganhar um dinheiro extra ou até podem ser contratados em órgãos governamentais, com chances de uma remuneração melhor.
Outros vão mais longe e se tornam empresários na Terra do Sol Nascente, provando que não necessariamente um dekassegui no Japão precisa ser peão de fábrica a vida toda. Muitos jovens acabam constituindo uma família no país, tendo filhos e educando-os à moda japonesa.
Mas independente dos objetivos de cada um, a oportunidade de trabalhar no Japão é algo muito enriquecedor. Conhecer o país de origem dos nossos pais e avós e vivenciar de perto sua rica cultura e tradições milenares é uma experiência que com certeza levaremos pra vida toda.
E você? Já morou e trabalhou no Japão? Quais os tipos de serviço você já experimentou por lá? Conte um pouco da sua experiência nos comentários abaixo! 🙂
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