A “coabitação remota” está cada vez mais popular entre os casais japoneses
A “coabitação remota” tem se tornado tendência no Japão. Ela não requer conversa constante e os dois parceiros nem precisam interagir. Veja como funciona.
A “coabitação remota” foi um tema debatido no Japão nos últimos dias, depois que um popular programa de TV relatou que cada vez mais jovens casais tem preferido viver separados mas mantendo contato regularmente usando aplicativos de vídeochamada gratuitos.
Em um programa recente, exibido no dia 21 de julho, o “Hatori Shinichi Morning Show” da TV Asahi apresentou uma reportagem que abordou a coabitação remota como uma tendência crescente entre os jovens casais japoneses que preferem ou são forçados a viver separados.
A “coabitação remota” envolve o uso de aplicativos de videochamada gratuitos como Line ou Skype para manter contato por horas a fio, mesmo durante a noite.
Um casal usado como exemplo durante o show, disse que deixam o aplicativo aberto durante a noite para “acordarem juntos”, e só desligam quando estão no trabalho. Dessa forma, eles se sentem como se estivessem juntos, embora um more em Tóquio e o outro em Ibaraki.
A coabitação remota não requer conversa constante; em outras palavras, os dois parceiros nem precisam interagir, eles podem apenas continuar fazendo suas atividades normalmente, mas deixando o app de chamadas ligado durante esse tempo os faz sentirem-se conectados.
O simples fato de ouvir os sons da atividade da outra pessoa, como um secador de cabelo, lavar a louça ou assistir TV, supostamente faz com que os casais se sintam melhor.
Uma das vantagens da coabitação remota é a independência. O casal não se sente pressionado a fazer o que o outro deseja, cada um pode seguir sua rotina e ainda se sentir próximo um do outro.
Conforme o que foi mostrado no programa, alguns casais até assistem a filmes ou jantam juntos. Ter uma “companhia invisível” constantemente e ainda ser capaz de desfrutar seu tempo livremente é como se “matassem dois coelhos com uma cajadada só”.
本日7/21放送「若者の間で広がる“リモート同棲”」
恋人同士で、長時間、無料電話を繋ぎっぱなしにして生活する“リモート同棲”が、若者の間で広がっています。 pic.twitter.com/6mnp7oIAKH— 羽鳥慎一モーニングショー (@morningshow_tv) July 21, 2021
A coabitação remota já fazia parte da cultura japonesa há algum tempo, mas a pandemia de Covid19 só a tornou mais popular, já que as restrições impostas pelas autoridades forçaram ainda mais pessoas a viverem separadamente e em busca de maneiras de se manter conectadas.
これほど長い通話時間で、何をしているのかというと、その日の出来事を話したり、一緒にご飯を食べたり、同じテレビを見るといいますが、多くの時間は無言で自分の好きなことをして過ごしているそうです。 pic.twitter.com/Eaq4iuQrcE
— 羽鳥慎一モーニングショー (@morningshow_tv) July 21, 2021
Embora a coabitação remota pareça uma forma saudável de manter os casais conectados durante a pandemia, ela recebeu feedback negativo do público em geral e de especialistas em relacionamento, muitos dos quais consideram a tendência como uma forma de vigilância.
“Acho que é bom quando você está começando e está apaixonado, mas à medida que esses sentimentos vão desaparecendo gradualmente, acho que a conexão constante levará a um rompimento”, disse o comentarista da TV Asahi Toru Tamagawa.
