20 insetos que são espécies endêmicas do Japão
Pode ser estranho, mas os japoneses costumam ter uma grande admiração por insetos. Que tal conhecer 20 espécies de insetos que são endêmicas no país?
O Japão é rico em natureza e espécies nativas. E assim como acontece em outros países, o país possui espécies endêmicas de insetos povoando seu território. Para muitas pessoas esse fato pode parecer estranho, mas a verdade que os japoneses costumam ter uma grande admiração pelos insetos. Isso pode ser notado na franquia Pokemon por exemplo.
Insetos que para muitos de nós podem ser vistos como assustadores são vistos no Japão como animais de estimação como no caso dos besouros gigantes Kuwagata e Kabutomushi. No verão é também comum as pessoas visitarem certos locais para poderem apreciar vaga-lumes.
Outro inseto apreciado no Japão, é a libélula, conhecida como “inseto da vitória” pelo fato de só pode voar para frente, sem a opção de recuar. Por conta disso, os samurais costumavam adota-la como um símbolo de esperança quando precisavam partir para os campos de batalha.
Há também os insetos nocivos que podem representar perigo às pessoas ou que são consideradas pragas em plantações. Enfim, existe uma infinidade de insetos no Japão, mas abaixo você poderá conhecer 20 deles, que são espécies nativas ou endêmicas no país.
1. Miyamakarasuageha (ミヤマカラスアゲハ)
Nome Centífico: Papilio maackii
Imagem: Pixabay
O Papilio maackii, também chamada de “rabo de andorinha preto alpino”, é uma borboleta da família Papilionidae. Pode ser encontrada na Ásia Central, Japão, China e Coréia do Sul. Suas asas posteriores costumam ser pretas, pontilhadas com escamas verdes, azuis ou roxas.
A parte inferior das asas é marrom mais escuro e forrada com manchas vermelhas ou laranja. A envergadura varia de 12 a 14 cm. As fêmeas são mais coloridas e vibrantes do que os machos.
A borboleta Papilio maackii é famosa por sua beleza. Seu corpo imago (último estágio da metamorfose) é coberto por listras pretas e azuis metálicas, com manchas vermelhas no final de seus apêndices. O imago masculino suga a água de poças no chão em grupos.
2. Aosamushi (アオオサムシ)
Nome Científio: Carabus insulicola
Imagem: photo-ac.com
Carabus insulicola é uma espécie de besouro de cor preta da família Carabidae, endêmica no Japão. Algumas das espécies podem ser de cor verde ou marrom.
Seu corpo tem um brilho metálico. Eles podem ser vistos em todo o Japão, vivendo em áreas florestais, comendo minhocas, larvas, pequenos animais mortos e assim por diante. Como vivem no solo a maior parte do tempo, eles não têm apêndices para voar.
3. Oriibuanaakizoumushi (オリーブアナアキゾウムシ)
Nome Científico: Olive weevil
Imagem: tokotokoya.exblog.jp
Pertencentes à superfamília Curculionoidea, são conhecidos por seus focinhos alongados. No Japão, também são chamados de Nihonkoyū no zōmushi (日本固有のゾウムシ), que significa “Elefante Japonês”. Eles geralmente são pequenos, com menos de 2 cm de comprimento.
Considerado uma praga para os olivicultores, o Oriibuanaakizoumushi pode viver de 3 a 4 anos. Na fase de larva, comem ao redor do caule da oliveira e podem causar a morte de toda a árvore. Eles são noturnos e ficam quietos a maior parte do dia. Durante a cópula, o imago masculino e feminino não se separam por dias. Às vezes, o macho morre após a cópula.
4. Ookuwagata (オオクワガタ)
Nome Científico: Dorcus hopei binodulosus
Imagem: Wikimedia Commons
O besouro gigante é muito popular entre crianças e adultos no Japão. Eles são vendidos como animais de estimação em lojas de animais de 400 a 2.000 ienes. Além de serem considerados um símbolo do verão japonês, eles tem seu próprio jogo onde lutam contra outros insetos.
Também chamados de besouros veados por causa das suas pinças compridas que se assemelham a “chifres”, estes besouros costumam hibernar nos meses mais frios. Eles podem alcançar um comprimento de 8 cm e em condições adequadas podem viver até três anos.
5. Heikebotaru (ヘイケボタル)
Nome Científico: Luciola lateralis
Imagem: lowch.com
Luciola lateralis é um tipo de vaga-lume muito comum no Japão. É semelhante ao Luciola cruciata (ゲンジボタル), outro vagalume encontrado no país, conhecido como “genji-botaru”. No entanto, a Luciola lateralis é menor que a Luciola cruciata e vive em ambientes aquáticos mais sujos, vivendo em arrozais ou pântanos. As fêmeas botam cerca de 50 a 100 ovos.
Já o Luciola cruciata pode botar de 500 a 1.000 ovos. As luzes são emitidas durante a época de acasalamento que ocorre durante os meses de julho a agosto. As luzes luminescente amarelo-esverdeado claro piscam cerca de 30 a 40 vezes por minuto. É uma visão noturna muito apreciada pelos japoneses nas noites de verão, atraindo muitos fotógrafos em todo o país.
6. Oomaruhanabachi (オオマルハナバチ)
Nome Científico: Bombus hypocrita sapporoensis
Imagem: Wikimedia Commons
O Bombus hypocrita é uma das espécies do grupo dos zangões. Seus corpos são mais arredondados em comparação com as abelhas comuns. Eles são vistos em todo o Japão de abril a outubro. Eles são nativos do Japão, ao contrário do Bombus terrestris (セイヨウオオマルハナバチ), que são nativos da Europa, considerados uma espécie invasora no país.
O Bombus hypocrita é considerado um importante agente polinizador doméstico para plantações no Japão. São encontrados em todo o país, especialmente em Hokkaido.
7. Mukashitonbo (ムカシトンボ)
Nome Científico: Epiophlebia superstes
Imagem: Wikimedia Commons
Mukashitonbo (Epiophlebia superstes) é uma espécie de libélula nativa do Japão. É considerado um fóssil vivo. Na fase adulta (imago) pode chegar a 5 cm de comprimento. Eles podem ser visto em todo o Japão, próximos aos córregos de águas claras por volta de abril a julho.
As fêmeas colocam ovos nas hastes das vegetações que crescem nas beiras dos corpos d’água. Depois que a larva nasce, ela pula para o riacho e passa a viver dentro da água.
8. Maimaikaburi (マイマイカブリ)
Nome Científico: Carabus blaptoides
Imagem: Wikimedia Commons
Carabus blaptoides é uma espécie de besouro terrestre da família Carabidae, encontrado no Japão e Rússia. Costumam ser pretos, mas podem ter tons roxos ou verdes. São considerados assustadores, especialmente quando encontram um caracol no seu caminho.
O motivo é porque o caracol é seu alimento favorito. Ao encontrá-lo, eles mordem a carne viscosa, inserem um líquido que dissolve o corpo do caracol e suga a gosma derretida. Na fase adulta podem crescer até 7 cm e podem ser vistos em todo o Japão.
9. Yamatotamamushi (ヤマトタマムシ)
Nome Científico: Chrysochroa fulgidissima
Imagem: Zorac&Visar no Flickr
Chrysochroa fulgidissima, também conhecido como “besouro joia” ou Yamato tamamushi em japonês, é um besouro metálico da família Buprestidae. É normalmente encontrado em bosques ou florestas durante o verão sob o sol forte e pode crescer entre 3 a 4 cm de comprimento.
O Santuário Tamamushi, um santuário em miniatura do Período Asuka localizado no Templo Hōryū-ji, prefeitura de Nara, recebeu esse nome porque, além de laca, pintura a óleo sobre madeira e placas de bronze, foi decorada com as iridescentes asas do besouro tamamushi.
Imagem: Wikimedia Commons
Este besouro, nativo do Japão e da Coréia, possui uma cor peculiar, chamada de Tamamushi-iro. Como esse inseto tem asas iridescentes que brilham longitudinalmente com cores diferentes dependendo do ângulo da luz, não se pode ter certeza de qual é a cor exata.
O termo tamamushi-iro também é usado no contexto do funcionalismo japonês, especialmente quando políticos ou burocratas usam uma linguagem ambígua. O brilho de metal verde com listras horizontais de arco-íris atrai muitos colecionadores de insetos por sua beleza.
10. Naniwatonbo (ナニワトンボ)
Nome Científico: Sympetrum gracile
Imagem: Wikimedia Commons
O Sympetrum gracile é um tipo de libélula visto apenas no sul do Japão, incluindo o sul de Honshu, Shikoku e Kyushu, entre setembro e o final de outubro. Eles estão no grupo das libélulas vermelhas, apesar de sua cor azul. Eles são vistos em lagoas nas florestas.
11. Towadakawagera (トワダカワゲラ)
Nome Científico: Scopura prolifera
Imagem: gecko0912.web.fc2.com
O Scopura prolifera é visto em rios claros e limpos. Com uma cor marrom brilhante, esses insetos tem o corpo esguio e podem crescer de 2 a 4 cm. Eles comem folhas mortas e pequenos insetos. É considerada uma espécie primitiva entre as espécies Kawagera
O tórax frontal é quadrado e os cantos dianteiro e traseiro se projetam nitidamente. As bordas laterais do peito são amarelas e não possuem asas. São vistos especialmente durante o outono quando atngem a fase adulta. São encontrados especialmente na região de Tohoku.
12. Garoamushi (ガロアムシ)
Nome Científico: Grylloblattodea
Imagem: Wikimedia Commons
O Grylloblattodea é o nome de um grupo de insetos visto pela primeira vez no Japão pelo diplomata francês E. Gallois em 1914. Eles são vistos em solo sombreado, como debaixo de rochas. O imago e a larva carecem de qualquer tipo de apêndice voador.
Considerado um fóssil vivo, costumam viver em lugares mais frios, como no topo das montanhas e nas bordas das geleiras. Eles são minúsculos, a maioria tendo menos de 3 cm de comprimento. Sua aparência é semelhante à de um grilo, com antenas e pernas longas.
13. Kabutomushi (カブトムシ)
Nome científico: Allomyrina dichotoma
Imagem: Wikimedia Commons
O besouro rinoceronte japonês, também conhecido como besouro chifrudo japonês ou kabutomushi, é muito popular no Japão, junto com o besouro-veado gigante. É também visto como um símbolo do verão. Na fase adulta pode alcançar o comprimento de 6 cm.
Mushi significa inseto e kabuto significa capacete, referindo-se literalmente ao capacete de samurai. Seus grandes chifres são usados durante a batalha com outros machos para conquistar a fêmea. Eles vivem nas cascas das árvores e se alimentam da seiva.
14. Ruriboshikamikiri (ルリボシカミキリ)
Nome científico: Rosalia batesi
Imagem: Wikimedia Commons
Rosalia batesi é uma espécie de besouro da família Cerambycidae. O nome Rosalia significa “bela jovem”. O corpo da Rosalia batesi é um lindo azul com manchas pretas. Quando morrem, seu corpo fica vermelho enferrujado, sem deixar vestígios de sua beleza viva.
É um tipo de besouro de chifre longo, assim chamado por causa da longa antena em sua cabeça que é maior que seu próprio corpo. Eles perfuram madeira e são considerados pragas em plantações comerciais e em prédios de madeira, embora sejam admirados por sua cor.
Rosalia batesi foi apresentada como um dos insetos no videogame Resident Evil no Insects Puzzle Room no 1º andar da Mansão. Ele também foi apresentado como um dos insetos colecionáveis no videogame Animal Crossing: New Horizons. Também apareceu no episódio 26 da série de anime chamada JoJo’s Bizarre Adventure: Golden Wind (Vento Aureo).
15. Gifuchou (ギフチョウ)
Nome Científico: Luehdorfia japonica
Imagem: Wikimedia Commons
A Luehdorfia japonica é uma espécie de borboleta da família Papilionidae, encontrada apenas no Japão. Foi descoberto por Yasushi Nawa, na Prefeitura de Gifu do Japão em 1883. Também é conhecida como a borboleta Gifu (Gifu Chō). Pode crescer até 6,5 cm.
Esta borboleta vive entre as florestas próximas às áreas povoadas. Na fase adulta, ela pode ser vista apenas uma vez por ano, do final de maio ao início de julho. Eles tem uma maneira peculiar de se reproduzir. Após copular, o macho espalha uma substância líquida no abdômen da fêmea. Esta substância líquida endurece e a impedem de acasalar novamente.
16. Oomurasaki (オオムラサキ)
Nome científico: Sasakia charonda
Imagem: Wikimedia Commons
Sasakia charonda, também chamada de “ō-murasaki” (grande púrpura) ou “grande imperador roxo”, é uma espécie de borboleta da família Nymphalidae. É nativa do Japão (de Hokkaidō a Kyūshū), da Península Coreana, da China, do norte de Taiwan e do norte do Vietnã.
Considerada a borboleta nacional do Japão, pode crescer até 5,5 cm e sua envergadura média é de 5 cm e 6,5 cm. São comuns nas copas superiores das florestas, descendo apenas para se alimentar ou encontrar fontes de sal. A charonda Sasakia foi encontrada pela primeira vez pelo pesquisador Chujirou Sasaki em Kanagawa, que pode ser vista no nome (Sasakia).
17. Oosuzumebachi (オオスズメバチ)
Nome científico: Vespa mandarinia japonica
Imagem: Wikimedia Commons
A vespa mandarina, também conhecida como vespa gigante japonesa, é a maior vespa do mundo. Preferem viver em montanhas e florestas baixas, evitando quase completamente planícies e climas de alta altitude. Ela cria ninhos cavando, cooptando túneis pré-existentes cavados por roedores ou ocupando espaços perto de raízes de pinheiros podres.
Alimenta-se principalmente de insetos maiores, seiva de árvores e mel de colônias de abelhas. Esta vespa tem um comprimento de 4,5 cm, uma envergadura de cerca de 7,5 cm, e as fêmeas tem um ferrão de 6 milímetros capaz de injetar uma grande quantidade de veneno potente.
Os ninhos nas casas são um problema no Japão e, muitas vezes, os órgãos públicos precisam intervir para removê-los. Ela é frequentemente confundida com a vespa-asiática (Vespa velutina), uma espécie invasora que tem causado grande preocupação em toda a Europa.
18. Koezozemi (コエゾゼミ )
Nome Científico: Lyristes bihamatus
Imagem: Wikimedia Commons
O Lyristes bihamatus é um tipo de cigarra semelhante ao Lyristes japonicus (エゾゼミ), mas um pouco menor em tamanho. Também chamados de “pequena cigarra Ezo”, eles podem crescer até 5,4 cm. Koezozemi pode ser encontrado em Hokkaido e em todo o Japão.
Eles criam sons como “zeeeee”. Costumam aparecer no início de julho ao final de agosto. Ao contrário de Ezozemi, que prefere principalmente árvores coníferas, o Koezozemi não escolhe um tipo específico de árvore, podendo ser encontrada em várias como Mizunara, Ezomatsu, Shirakaba ou Nanakamado, onde empoleiram-se de cabeça para baixo e gritam.
O grito é muito semelhante ao de Akaezomi, e é um pouco diferente do grito de Ezozemi, que tem um som único de batida trêmula. No entanto, é muito difícil distinguir claramente entre os dois. Além disso, o acasalamento é realizado em forma de V, assim como o Ezozemi.
19. Yashagengorou (ヤシャゲンゴロウ)
Nome Científico: Acilius kishii
Imagem: Wikimedia Commons
O Acikius kishii é uma espécie de besouro, descoberto por Takeshiko Nakane em 1963. O Acikius kishii só é visto na lagoa Yasha ga Ike no sul de Echizen, Fukui. Na fase adulta pode chegar a 1,6 cm. Eles colocam seus ovos em madeira podre de maio a julho.
Suas larvas nascem em cerca de 10 dias e, depois criam um casulo na areia à beira da água por 20 dias. Em seguida, eles entram na fase adulto e nadam na lagoa Yasha ga Ike. No Japão, eles entraram na lista vermelha de espécies ameaçadas de extinção.
20. Kusagikamemushi (クサギカメムシ)
Nome científico: Halyomorpha halys
Imagem: Wikimedia Commons
O Halyomorpha halys é um inseto da família Pentatomidae, nativo da China, Japão e outras regiões asiáticas. É também chamado de Percevejo-fedorento e tem a cor marrom. Quando chegam na fase adulta podem chegar a cerca de 1,7 cm de comprimento.
É um inseto comum visto em todo o Japão nas florestas e em terras povoadas. Eles são considerados pragas na agricultura. Não só comem as folhas e os caules, mas também os frutos. Quando ameaçados, eles liberam um líquido extremamente pungente.
Gostou de conhecer alguns insetos encontrados no Japão? Já teve oportunidade de ver algum deles? Comente abaixo! 🙂