Era dos samurais no Japão serve de inspiração para jogos de cassino e de videogame
Um dos aspectos mais marcantes dos elementos culturais do Japão em sua forma mais moderna é a presença que esse país tem para muito além de sua localização geográfica.
Algo que foi alcançado sem a necessidade de se “adaptar” à cultura ocidental, fazendo, quiçá, a operação inversa e se inspirando em suas contrapartes do outro lado do mundo para criar obras e peças que fazem uma boa mistura entre a cultura japonesa e as demais culturas presentes no mundo.
Por essas e outras, o Japão acaba servindo também como atração, fascínio e inspiração para peças culturais cujo berço é o Ocidente. Principalmente no mundo dos jogos, tanto aqueles da indústria de videogames quanto os presentes em cassinos físicos e virtuais, a influência do país oriental é bastante intensa.
Uma das figuras japonesas que mais ganham representações nestes dois mundos são os samurais. Os guerreiros eram parte integral da administração pública japonesa entre os séculos XII e XIX, servindo aos antigos senhores feudais do país e consequentemente sendo parte integrante do grande arco histórico que faz da nação o que ela é hoje.
Algumas das mais célebres obras desses dois setores trazem em si elementos visuais, históricos e até de jogabilidade que fazem o jogador se sentir na era das batalhas em que eram usadas as espadas katana.
Tratando-se do universo dos cassinos, as grandes casas que se encontram em algumas das cidades que mais atraem turistas no mundo – incluindo aí Las Vegas, nos Estados Unidos, e Monte Carlo, no principado de Mônaco – possuem em seus espaços vários jogos de caça-níquel com elementos visuais e narrativas inspiradas em diversas culturas mundo afora.
Entre estas está a cultura japonesa e histórias de samurais, com empresas como a Konami oferecendo vários jogos com essa temática – caso de Neo Contra: Samurai Strike e Samurai Secrets.
Neo Contra: Samurai Strike é inspirado no jogo Neo Contra, que foi lançado para Playstation 2 em 2004. Em ambos os jogos, marcam presença o herói da franquia Bill Rizer e seu novo parceiro, o samurai Yagyu Jaguar Genbei, que voltam ao planeta Terra para lidar com sua transformação em um planeta-prisão dominado por um novo governo que leva o mesmo nome da série.
Já Samurai Secrets é totalmente ambientado no Japão dos tempos feudais, onde os samurais dominavam a política e também os campos de batalha.
Seus elementos visuais, além do Monte Fuji ilustrando a tela do jogo, incluem símbolos típicos do Japão Antigo e a presença de samurais, espadas, amuletos, flores de cerejeira, entre tantos outros ícones que evocam e relembram o país asiático.
Jogos com essas temáticas não são encontrados somente em cassinos físicos, uma vez que a indústria de iGaming também conta com uma vasta variedade de jogos.
Entre as várias máquinas caça-níqueis disponíveis em plataformas como a Royal Panda, que disponibiliza modalidades de cassino online, incluem-se jogos como Samurai Ken, Spirit of the Samurai e Ninja vs. Samurai – este último colocando os dois grandes rivais em combates que relembram os confrontos entre estes guerreiros ao longo da história do Japão.
Samurai Ken apresenta uma premissa interessante. O herói do jogo é um tigre samurai antropomórfico que em pleno Japão feudal enfrenta monstros em seu caminho.
Entre eles, está um grande dragão verde, que se encontra à sua espreita constantemente para que vários combates épicos aconteçam.
Já na indústria de videogames, samurais são parte de alguns dos grandes jogos do cenário há longa data, desde os videogames lançados para o grande público na década de 1980. Naquela época, os poucos pixels gerados por Sword of the Samurai em um jogo que misturava elementos de ação, estratégia e RPG eram considerados revolucionários.
Deu-se um grande salto nos aspectos visual e de jogabilidade de jogos de samurai com a série Samurai Shodown. A franquia foi lançada em 1993, na “onda” dos jogos de luta de grande sucesso – como Street Fighter e Fatal Fury –, sendo o diferencial de Samurai Shodown colocar samurais, ninjas e até atores de teatro kabuki para lutar em embates um-contra-um pelo direito de enfrentar o grande vilão, Amakusa.
Nos anos 2000, a série de videogames de samurai mais marcante foi Onimusha. A série começa com o herói Samanosuke Akechi enfrentando monstros do além evocados pelo antigo imperador japonês Oda Nobunaga durante os tempos do Japão feudal.
Já em sua versão mais célebre, a terceira lançada na linha principal da franquia, o samurai Akechi é enviado para a cidade de Paris, na França, com o policial Jacques Blanc tomando seu lugar em sua linha do tempo original.
E nas últimas semanas, os samurais estão mais do que em voga no cenário de videogames por meio de Ghost of Tsushima. O jogo exclusivo para PlayStation 4 tem inspiração clara nos antigos filmes de samurai, com o jogador controlando Jin Sakai em sua tentativa de proteger a ilha de Tsushima de uma invasão estrangeira durante o século XIII.
Pode até ser que Ghost of Tsushima não inspire uma nova onda de filmes “chanbara”, muitos deles transformados em ícone por meio da direção de Akira Kurosawa e de outros grandes cinematografistas do Japão. Mas seu sucesso é prova de que o samurai continua a ser uma figura que nos fascina, que traz ao mesmo tempo em sua imagem a fluidez da nobreza e a brutalidade das lutas em defesa do “daimyo”.
Não é por menos que clássicos como League of Legends agora contam com dois heróis samurais, Yasuo e seu irmão, Yone, além de uma das espadas mais famosas dos antigos samurais – a Uchigatana – ser uma das armas favoritas de jogadores da série Dark Souls desde seu princípio.