6 Mangakás Estrangeiros Populares no Japão!


Mangakás estrangeiros populares no Japão

Como sabemos, os mangás (quadrinhos japoneses) são muito populares no Japão e cada vez mais estão conquistando adeptos ao redor do mundo. Não são poucos os ocidentais que vão mais além: sonham em ser mangaká (escritor/ilustrador de mangá). Apesar de ser uma indústria aparentemente restrita a japoneses, saiba que é possível sim, concretizar esse sonho.

Claro, que existe a necessidade de ser fluente em japonês, mas superado esse obstáculo, qualquer pessoa pode ser um mangaká de sucesso no Japão, desde que consiga atrair um público para sua obra. Para provar isso, resolvemos trazer alguns exemplos de artistas estrangeiros que conquistaram seu espaço na indústria dos quadrinhos japoneses.

Como os mangakás costumam usar pseudônimos e raramente aparecem em público, muitas pessoas nem imaginam quem realmente está por trás de uma obra de mangá, e muito menos a sua nacionalidade. Confira alguns nomes abaixo. E pasmem! 😮 Tem até brasileiro na lista.

1. Yuu Kamiya (Brasileiro)

Yuu Kamiya é o pseudônimo de Thiago Furukawa Lucas, de Uberlândia. Ele foi o primeiro mangaká brasileiro a fazer sucesso no Japão. Seu trabalho de ilustração mais conhecido é em “Itsuka Tenma no Kuro Usagi”, uma novela escrita por Takaya Kagami.

“Itsuka Tenma no Kuro Usagi”, tem 13 volumes publicados entre 2008 e 2013 pela editora Fujimi Shobo na revista Dragon Magazine. Ganhou adaptação em anime em 2011. Porém, o sucesso veio com a light novel de autoria própria “No Game No Life”, que foi adaptada para o mangá por sua esposa, Mashiro Hiiragi, e também ganhou uma adaptação em anime em 2013.

“No Game, No Life” conta a história de Shiro e Sora, dois irmãos viciados em jogos online. Eles são convidados para irem a outro mundo onde todos os problemas são decididos com partidas de games. Eles tem a responsabilidade de saírem vitoriosos e assim fazer com que a raça humana volte a ganhar território que está sendo tomado por outros competidores.


Vídeo: Entrevista com o mangaká Kamiya Yuu (konbanwapo/YouTube)

2. Hagin Yi (Sul-coreano)

Hagin Yi é o pseudônimo de um diretor de cinema sul-coreano, que também conseguiu seu lugar na indústria do mangá no Japão. Suas obras tem como cenário a China antiga, onde muitos heróis e senhores de guerra lutavam pela hegemonia do país. Um dos seus trabalhos mais famosos é o “Souten Kouro”, também conhecido como “Beyond the Heavens”.

Apesar da obra original pertencer a Hagin Yi, a série foi adaptada para o mangá através de King Gonta. Ao todo foram publicados 409 capítulos na revista Weekly Morning entre 1994 e 2005. A editora Kodansha classificou o mangá como “Neo-Sangokushi” (Novo Romance dos Três Reinos). “Souten Kouro” ganhou o 22º Prêmio Kodansha Manga na categoria geral em 1998.

“Neo-Sangokushi” retrata a história de três estados Wei, Wu e Shu, que lutaram ferozmente para estabelecer uma nova dinastia para governar a China. Antes de terminar a obra, Hagin Yi faleceu aos 52 anos devido ao câncer de fígado. Gonta King foi então responsável em dar continuidade a história e ilustra-la. O mangá ganhou uma versão em anime também.


Vídeo: Abertura do anime Souten Kouro de Hagin Yi (V3nusDiablo/YouTube)

4. Åsa Ekström (Sueca)

Åsa Ekström é uma ilustradora sueca, nascida em Karlskrona. Ela começou a se interessar por mangás aos 13 anos de idade e foi a primeira criadora a publicar “mangás suecas”, ou seja, séries do mesmo estilo do Japão, mas em sua língua nativa. Entre as obras que se destacaram foi “Tokyo by Night”. Ela viveu e trabalhou em Tóquio em diversas ocasiões.

Sua obra mais popular é “Hokuojoshi Osa ga Mitsuketa Nihon no Fushigi” (“descobertas estranhas de uma menina escandinava no Japão”), que originalmente foi publicado em seu blog pessoal. Retrata a cultura japonesa, a partir do ponto de vista de um estrangeiro. A obra tornou-se muito popular no Japão, especialmente por causa dos traços dos seus desenhos.

Além disso, muitas pessoas ficam curiosas em conhecer o trabalho de uma mulher mangaka estrangeira, e por este motivo foi diversas vezes convidada a participar em programas de TV ao invés de seu trabalho. Atualmente, ela ganha a vida trabalhando como mangaka no Japão.


Vídeo: Entrevista com a mangaka Åsa Ekström (Sharla in Japan/YouTube)

5. Boichi (Sul-coreano)

Boichi é o pseudônimo usado por Mujik Park, um artista mangaka sul-coreano que vive no Japão. Ele foi o primeiro a estrear na indústria de mangás da Coréia do Sul e mais tarde, conseguiu se destacar no Japão. O sonho de ser um mangaká, vem desde sua infância.


Sua série de mangá mais popular é “Sun Ken Rock”, que conta a historia de Ken, um jovem delinquente do Japão que é apaixonado por uma garota chamada Yumim. Um dia ele decide se declarar, mas ele não esperava que ela fosse à Coreia se tornar uma policial.

Boichi também é conhecido por suas ajudas humanitárias. Os royalties do volume 2 de Sun Ken Rock foram doados para a ONG “Crianças do Vietnã” como forma de se desculpar ao Vietnã pela ação da Coreia durante a guerra. Ele também doou dinheiro e royalties de algumas obras para a Cruz Vermelha, com o objetivo de ajudar as vítimas do tsunami em 2011.

Atualmente ele está trabalhando na obra de “Dr. Stone” em Shonen Jump, a revista de manga para meninos no Japão. Ele tem técnicas excepcionais que produzem desenhos altamente elaborados, sendo considerado um grande destaque, mesmo entre artistas japoneses.

https://www.youtube.com/watch?v=YTQuzFZ2xRo
Vídeo: Apresentação com algumas obras de Boichi (Otakulte/YouTube)

6. Tony Valente (Francês)

Tony Valente Pereira é um mangaká, natural da França, sendo o primeiro francês a entrar no mercado japonês de mangás em 2015 com a obra “Radiant”, que conta a história das aventuras de Seth, um garoto mago que partiu em uma jornada com um grupo de bruxas em busca da Radiant, um objeto mítico capaz de trazer monstros para o mundo real.

Ele é um dos poucos mangakás que tem suas obras publicadas no Japão, apesar de não morar no país. Atualmente, ele vive em Quebec, Canadá. Seus personagens se assemelham aos de mangás típicos japoneses, mas Tony possui um estilo próprio de ilustração, com fundos elaborados e cores vívidas, o que é muito difícil encontrar entre escritores japoneses.

É muito interessante saber que um autor tem seu espaço no Japão mesmo produzindo do exterior. Ele também é autor do estilo “bande dessinée”, um tipo único de histórias em quadrinhos franceses, que se caracteriza por desenhos altamente individualistas e artísticos.


Vídeo: Entrevista com Tony Valente (Manga.tv/YouTube)

E ai? O que achou desses mangakás estrangeiros que se deram bem no Japão? Com certeza, muitos outros vão surgir ao longo dos anos, uma vez que a cultura pop japonesa tem se tornado cada vez mais popular ao redor do mundo. Se você se interessa por esse assunto, não deixe de conferir o nosso artigo onde citamos algumas Escolas de Manga no Japão.

Se você tem o desejo de pertencer a esse seleto grupo de mangakas estrangeiros no Japão, com certeza que esse artigo foi bastante inspirador não é mesmo? Quem sabe um dia você realize esse sonho. Como vimos, isso é possível, mas é importante ter determinação! 🙂

Referências: goinjapanesque.com, genkidama.com.br

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