No Japão, Carimbo é Usado no Lugar da Assinatura
O inkan ou hanko, tem origem na Mesopotâmia há mais de 5.000 anos e é muito usado no Japão. É um tipo de carimbo usado no lugar da assinatura. Saiba mais!
O inkan (印鑑) chamado popularmente como hanko (判子), tem origem na Mesopotâmia há mais de 5.000 anos e é usado nos países do leste asiático, incluindo o Japão. É um tipo de carimbo cilíndrico ou quadrado, do tamanho de um giz, usado no lugar da assinatura.
Eles têm os caracteres do sobrenome da pessoa entalhado em uma de suas extremidades que após ser marcada com a tinta, é pressionado sobre um papel ou documento. Todos, sem exceção desde o Imperador até um assalariado no Japão possui um hanko, inclusive estrangeiros que residem no arquipélago.
Esse é um dos primeiros hábitos que chamam a atenção dos estrangeiros que chegam para morar no arquipélago japonês, afinal é um item essencial que os estrangeiros precisam ter em mãos para poderem dar entrada em diversos documentos no Japão.
Aliás, o inkan é usado pra tudo, desde finalizar um negócio de vários milhões de ienes, legalizar documentos e contratos, abrir contas bancárias, casar-se ou fazer algo bem mais simples como se inscrever numa academia ou receber um encomenda em sua própria casa, entregue pelo correio ou takyubin.
O inkan mais antigo do Japão é um hanko de ouro maciço datado em 57 dC. No século 8, apenas o Imperador era autorizado a usar um hanko. Mais tarde, membros da corte imperial e da nobreza também começaram a usá-los. A classe samurai ganhou acesso a eles na Idade Média. A população japonesa em geral só passou a usa-los durante o período Meiji, em meados do século 19.
Tipos de inkan
O inkan usado por empresas é um pouco diferente das usadas pelas pessoas. É maior e tem formato quadrado. Já para os cidadãos, o carimbo costuma ter uma base arredondada com o sobrenome do portador escrito em kanji. Para os que não tem descendência oriental, pode-se adquirir uma versão feita sob medida com o sobrenome entalhado todo em katakana.
Os japoneses costumam usar 3 tipos de inkan:
Hanko mitomein : Se usa em documentos de menor importância.
Hanko ginkoin : Usado em bancos e operações financeiras.
Hanko jitsuin : É o inkan registrado na prefeitura e funciona como a assinatura de firma reconhecida.
Para os estrangeiros que querem fazer o registro do carimbo, é necessário ir até a prefeitura da cidade onde mora e apresentar o hanko e a carteira de registro de estrangeiro (gaikokujin toorokusho). Esse processo pode demorar alguns dias e a pessoa recebe um certificado chamado Inkan shoomeisho.
Um hanko pode custar de ¥ 80 ou até ¥ 1.000.000. Alguns dos mais caros têm sido tradicionalmente feitos de marfim, de chifre de boi ou de madeira nobre. Os mais baratos são os de plástico que podem ser encontrados até em lojinhas de hyakuen (100 yen Shop). Existem estojinhos de proteção próprios para os rankos, alguns já vem até com a tinta.
Falsificação e furtos de Hanko
Infelizmente, um dos maiores problemas em relação aos hankos é o roubo e falsificação. Há eventuais casos registrados na polícia japonesa de criminosos terem roubado hankos alheios para botar a mão no dinheiro de apólices de seguro, contas bancárias ou se apoderar de documentos imobiliários.
Por causa do aumento do número de casos de furtos e falsificações, acabou gerando uma discussão sobre a segurança e confiabilidade de se usar o hanko como forma de assinatura.
Mas esse método já está tão enraizado na cultura asiática em geral, que muitos foram contra a mudança da assinatura pela a de escrita convencional.
Como parece que o hanko continuará a ser usado ainda por muito tempo, fica a dica para os brasileiros e estrangeiros em geral que moram no Japão: Cuide bem do seu carimbo japonês, para evitar situações como as descritas acima.
PS: Achei um site que possibilita criarmos uma imagem com os caracteres do nosso sobrenome. Se quiser brincar um pouco, basta acessar esse site.
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