Paquera e Namoro entre Japoneses
Como são os relacionamentos amorosos no Japão? Como paqueram e namoram? Uma coisa é certa: É bem diferente dos brasileiros e outras nacionalidades.
Como são os relacionamentos amorosos no Japão? Como ocorre a paquera e o flerte? Muitas pessoas tem essa dúvida… Não há duvidas nenhuma de que a forma como se desenrola a paquera e o namoro entre japoneses é bem diferente em relação aos ocidentais.
Claro que não podemos generalizar, mas é possível notar que existem contrastes sutis que refletem diferenças culturais e religiosas no que diz respeito aos relacionamentos de casais japoneses.
Como sabemos, cada cultura desenvolve suas próprias características em relação a relacionamentos íntimos. Ao mesmo tempo que no Japão esteja mais aberto em questões sobre sexo e sexualidade, é interessante observar que mesmo nos dias atuais ainda ocorra casamentos arranjados, conhecidos como “Omiai”.
Mas na maioria das vezes os namoros rolam com um empurrãozinho de amigos em comum e quase sempre, após a conclusão do ensino médio ou chegada da maioridade, pois a pressão às voltas do vestibular é muito grande, o que acaba desencorajando muitos jovens a iniciar um namoro ou mesmo flertar.
Muitos só vão namorar quando entram na faculdade. E de modo geral, a paquera é realizada de maneira bem mais discreta do que no Brasil. Em respeito aos jogos de sedução, os japoneses se mostram geralmente tímidos. Na verdade, não sei se o lance é mais cultural ou timidez propriamente dita.
O que eu sei é que notamos uma certa falta de desenvoltura no que diz respeito à paquera e jogos de sedução. Pelo menos é a sensação que se tem quando assistimos aos animes e filmes japoneses, onde os casais demoram uma eternidade para dar um beijo, que na maioria das vezes é um simples selinho.
O contato visual “Shisen o Awasu“, tipo ficar encarando “olho no olho” também não é uma tática de paquera adotada no Japão, uma vez que para eles, essa atitude pode parecer rude, e pode deixá-los muito constrangidos e até mesmo desconfortáveis.
Pelo mesmo motivo deve-se ser sutil e não dizer as coisas “na lata” pra um paquera japonês. A comunicação geralmente acontece por meio de indiretas e sinais vagos.
E eles esperam que a outra pessoa “pegue as coisas no ar” e entendam intuitivamente como eles estão se sentindo. Como podemos supor, nem sempre isso acontece e essa linha cruzada de sinais não verbais pode resultar em uma grande frustração amorosa.
Pode parecer falta de interesse, timidez e até frieza, mas parece que flerte e namoro é ainda um tabu social no Japão. Embora muita coisa tenha mudado em vista de décadas atrás, percebemos que os casais japoneses são muito cautelosos em assumir a liderança em um relacionamento amoroso.
Na minha opinião, sem querer generalizar, é claro, mas me parece que paquerar e namorar no Japão pode ser um desafio e tanto para os japoneses, especialmente para os do sexo masculino, devido à pressão social de que deve partir deles a iniciativa de flertar e iniciar um relacionamento.
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Tecnologia à favor dos relacionamentos
A tecnologia atual tem ajudado muitos japoneses a iniciarem ou manterem um relacionamento. As principais formas de comunicação usadas é através de mensagens de texto, mensagens instantâneas online, e-mails e sites de namoro.
Quando um casal japonês se conhece através da internet ou mesmo na vida real e ocorre um interesse mútuo, eles podem passar semanas trocando mensagens até que realmente tomem a iniciativa de se encontrarem pessoalmente.
O encontro, feito com bastante planejamento, é realizado quase sempre em locais públicos, como parques, bares ou restaurantes.
Japoneses são no geral muito pontuais e quando um dos dois se atrasa para um encontro, pode ser muito mal visto pelo outro.
Ou seja, não honrar com o horário estabelecido para um encontro pode ser broxante e resultar até no fim do relacionamento, principalmente se este estiver no começo.
Há casos ainda em que tudo começa com uma bela amizade e com o tempo, evolui para um namoro (pode até levar anos para que isso aconteça). Amores platônicos também não são incomuns, devido a dificuldade de muitos casais em expressar seus sentimentos e tomar a iniciativa de se declarar ao outro.
Muitos japoneses (especialmente homens) esperam épocas oportunas para se declarar, como o encerramento do ano letivo, Valentine Day, White Day e até o Natal, que é visto no Japão como um Dia dos Namorados ao invés de uma festa cristã.
Depois que o namoro está engatilhado, percebi que geralmente é difícil um casal sair sozinho. Na maioria das vezes, estão acompanhados de grupos de amigos. Também é incomum vermos demonstrações públicas de afeto, como abraços, beijos ou simples gesto de carinho como “andar de mãos dadas”.
Nas grandes cidades do Japão como Tóquio, Yokohama, Kobe, entre outras, é possível ver casais demonstrando afeto e carinho em locais públicos, mas nas cidades do interior é mais difícil de vermos (embora não impossível).
Quando a relação entra na fase mais séria, o casal anuncia o status amoroso para amigos e familiares e os pretendentes são apresentados às famílias um do outro. É de praxe levar lembrancinhas à família quando for visitá-los.
Gōkon, Grupo de namoro popular no Japão
No Japão existe vários serviços voltados para relacionamentos. Um deles, bastante popular, é o Gōkon (合コン), uma espécie de “grupo de amizade ou “grupo de namoro”. Quando um casal se conhece através do grupo, eles organizam uma reunião que geralmente ocorre em um restaurante ou izakaya.
É de praxe, cada um levar 3 a 4 amigos do mesmo sexo. Pode parecer meio estranho, já que se espera que o primeiro encontro seja feito a dois. Mas a maioria dos jovens japoneses se sentem mais confortáveis em estabelecer novos contatos dessa maneira, ou seja, como se fosse um evento em grupo.
Durante a reunião, as meninas e meninos discutem entre eles, quem está interessado em quem e números de telefone ou e-mails são trocados. Como o celular é um acessório muito utilizado pelos japoneses em geral, é comum que eles troquem mensagens no keitai (celular) ali mesmo durante a reunião.
O termo Gōkon é uma mistura das palavras Godo (“junto”, “combinação”) e konpa (uma festa para os membros de um mesmo grupo, classe ou clube). De modo geral, o Goukon não se resume a apenas um encontro. Ele serve para estabelecer novos vínculos de amizade e possivelmente, formar relacionamentos a longo prazo.
Fatos sobre namoro no Japão
Os homens japoneses tem fama de tímidos e conservadores pelo fato de se sentirem acanhados com demostrações públicas de afeto. Por outro lado, as moças japonesas no geral, são mais receptivas. Isso talvez explique o fato de haver mais mulheres japonesas namorando estrangeiros do que vice versa.
Homens estrangeiros podem surpreender as japonesas por serem mais cavalheiros, galanteadores, desinibidos, carinhosos, etc. São qualidades que com certeza contam a favor dos ocidentais que querem namorar uma japa.
Como a maioria dos japoneses moram com os pais até se casarem, muitos casais de namorados tem seus momentos íntimos em motéis. Por esta razão existe um grande número de motéis no Japão, os “Rabu Hoteru” (ラブホテル). Tem de tudo que é jeito, para todos os gostos e para todos os bolsos.
Falar sobre namoro, paquera e relacionamentos amorosos no Japão é bem complexo pois se trata de uma cultura totalmente diferente da nossa. Daria para ficar horas fazendo analogias sobre esse assunto. Mas se tiverem algo a acrescentar sobre o tema, fiquem à vontade pois vai ser muito oportuno… 🙂
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