Curiosidades sobre o Iene em relação à economia mundial
円 Yen 円 – Dinheiro Japonês
Dinheiro em japonês se chama Okane (お金) e o nome da moeda japonesa é Iene ou Yen (円). O iene é a terceira moeda mais negociada no mercado internacional, perdendo apenas para o dólar estadunidense e para o euro. Além disso, ele é usado como moeda de reserva para o dólar, para o euro e até para a libra esterlina.
Em japonês, diz-se “en”, mas em línguas estrangeiras, como o inglês, acostumou-se acrescentar o “y” e em português, a palavra tornou-se “iene”. A moeda japonesa é derivada da antiga moeda chinesa (“yuan”), que foram usadas intensamente no Japão até o período de Tokugawa (1693-1868), que significa “objeto redondo”.
A atual moeda japonesa foi introduzida em 1870 na dinastia Meiji, baseada no sistema monetário que existia na Europa. Em 1871, ocorre o Ato da Nova Moeda, que estabeleceu o sistema decimal de contagem do iene, o centesimal (sen) e o milesimal (rin). Os sistemas sen e rin foram tirados de circulação apenas em 1954.
A Segunda Guerra Mundial trouxe a derrocada econômica do Japão e o iene teve seu período de maior desvalorização e instabilidade, chegando a ponto de 1 dólar valer 360 ienes, numa medida do sistema Bretton Woods, que estabeleceu as relações comerciais e financeiras entre os maiores estados industriais do mundo.
Este sistema foi criado em 1944 exatamente pelo caos econômico pelo qual o mundo passava. A medida definida pelo sistema ficou fixa até 1971, quando o Estados Unidos abandonou a “medida do ouro” para o mercado financeiro e estabeleceu o valor de seu dólar.
A relação entre dinheiro e ouro foi estabelecida por muito tempo, quando todas as moedas do mundo eram trocadas por este metal e assim media-se o valor de cada uma delas.
Com o final desta medida em 1971, o Estados Unidos deixou que o próprio mercado determinasse o valor de cada moeda, o que estabeleceu o dólar estadunidense como principal sistema monetário do mundo e ainda criou a taxa de câmbio flutuante, ainda presente na economia mundial nos dias atuais.
A partir disto o sistema de Bretton Woods deixa de existir e em 1973 as taxas de trocas flutuantes passam a dominar o mercado financeiro e o Estados Unidos impôs uma sobretaxa de 10% no valor das importações, culminando ainda mais na valorização do seu dólar.
Moedas atuais de 1 円, 5 円, 10 円, 50 円, 100 円 e 500 円 respectivamente
Nesta época, o iene atingiu uma baixíssima valorização, o que comprometia as exportações japonesas e aumentava o custo das importações. Para conter o déficit financeiro, o governo japonês fixou a taxa de 308 ienes para 1 dólar americano.
No entanto, várias medidas deveriam ser tomadas para manter o valor do dólar e suprir a demanda de preços e como o governo japonês não conseguiu efetivar tais medidas, passou a adotar em 1973, a taxa de câmbio flutuante como forma de recompor a economia japonesa, pouco competitiva no mercado mundial.
A partir de então, durante a década de 1970, o iene acabou atingindo valores abaixo do mercado como 1 dólar a 211 ienes em 1978 e e em 1974 com 1 dólar valendo 271 ienes, por conta da crise mundial do petróleo. Durante a década de 1980 o iene não conseguiu se valorizar, mesmo com o retorno dos investimentos estrangeiros.
Apesar disso, o Japão estava vivendo uma situação econômica instável, o que acabou causando um fluxo irregular de capital, já que os investidores japoneses preferiram mudar a moeda para o dólar, enfraquecendo o iene. Tal fato manteve o iene fraco, mas ascendeu o comércio japonês da década de 1980.
Cédulas atuais de ¥ 1.000 e ¥ 2.000
Em 1985 ocorre o Acordo de Plaza, que foi assinado pela França, Alemanha Ocidental, Estados Unidos, Japão e Reino Unido. Os cinco países concordaram em reduzir o valor do dólar americano em relação ao iene e ao marco alemão, interferindo diretamente no mercado internacional.
O valor da taxa de troca de dólar para iene caiu em 51% em dois anos após o acordo ter sido firmado, em decorrência do investimento de 10 bilhões de dólares pelos bancos centrais dos países participantes. O restante do decréscimo do dólar frente ao iene se deu pela especulação do mercado.
A mudança do valor do dólar por uma estratégia dos países mais industrializados do mundo fez o iene se valorizar rapidamente. Em 1995, apenas 10 anos após a assinatura do Acordo de Plaza, o solar já era comercializado por apenas 80 ienes, lembrando que em 1985 ele atingia o valor de 239 ienes.
Em 1990, o Japão conseguiu se tornar a segunda maior economia do mundo, sendo o mais próximo do Estados Unidos. Isso aconteceu por diversos fatores como os avanços tecnológicos e também pelo interesse dos EUA nos produtos japoneses. Este interesse foi tão grande que foi capaz de estabelecer um novo valor ao dólar no mercado internacional, algo nunca visto anteriormente.
Cédulas atuais de ¥ 5.000 e ¥ 10.000
Na última década o iene passou a sofrer nova queda, gerada durante a “bolha japonesa” efetuada em 2002. Como toda alta econômica, a baixa também pode ser prevista. A Bolsa de Tóquio atingiu seu apogeu em 1989 e seu declínio máximo em 2002. Esse ciclo econômico é denominado bear market, em alusão ao mercado hiberno por longo tempo, ou seja, com as mesmas condições financeiras.
O crescimento econômico, a redução de juros, a alta valorização das propriedades e o excesso de liquidez no mercado geraram, no Japão, essa chamada “bolha”. Tal fato condicionou a baixa do iene, já que os investidores passaram a preferir moedas de baixo valor por conta de seus custos. Isto se explica pela pouca força financeira do investidor frente à força do investimento.
Em 2007, os economistas estimaram que o iene é taxado 15% abaixo do preço do dólar e cerca de 40% frente ao euro. É importante salientar que a queda no valor do iene se dá exatamente pela flutuação do mercado, algo comum nos dias de hoje, mas isso não quer dizer que o país passa por uma crise financeira. O iene ainda figura entre as principais moedas do mundo e, juntamente com o dólar americano e o euro, corresponde a 80% do câmbio financeiro atualmente.
Fonte de Pesquisa: Wikipédia (em inglês)
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