Shinnenkai, a confraternização de Ano Novo
Shinnenkai, a tradicional festa de Ano Novo
Além do Bonenkai (忘年会), a tradicional festa de confraternização de fim de ano, os japoneses também se reúnem em uma confraternização de Ano Novo, chamada Shinnenkai (新年会). Shinnen = Ano Novo e kai = reunião. Shinnenkai nada mais é do que uma festa ou reunião de um grupo de pessoas, como funcionários de uma empresa ou qualquer outro grupo para saudar o novo ano que chegou.
Não existe data certa para o Shinnenkai mas geralmente ela ocorre entre o janeiro e fevereiro. Cada empresa ou grupo agenda a reunião conforme os dias de folga em seu calendário de trabalho. Outros preferem que a reunião coincida com o Ano Novo Chinês, que é baseado no calendário lunar. Em 2017 o Ano Novo Chinês começa no dia 28 de janeiro, data que inicia o Ano do Galo.
Há outros que preferem que o Shinnenkai seja logo no início do ano para se juntar a outras festividades como o da realização do Mochitsuki, uma espécie de Festival do Mochi que consiste na produção do Mochi, um bolinho de arroz glutinoso, cozido no vapor, Kagamiwari e Kagami Biraki, que consiste na quebra de barris de saque e do Kagami Mochi para ser distribuído entre todos os participantes.
Shinnenkai X Bonenkai
O Shinnenkai em si é semelhante ao Bonenkai e se caracteriza pelo consumo de bebidas alcóolicas e comidas típicas. Geralmente, os gastos com o Shinnenkai são divididos por todos, porém existem empresas que patrocinam o evento como uma forma de cortesia para que se crie um laço de amizade entre os funcionários.
Na verdade, o Bonenkai e o Shinnenkai não fazem parte do Oshogatsu, que dura até o dia 3 de janeiro. Eles são apenas uma forma de acabar e começar a ano através de uma celebração do grupo. O objetivo da confraternização é celebrar o novo ano e desejar boa sorte, felicidade, saúde e fortuna aos outros do grupo.
Origem do Shinnenkai
Acredita-se que essa tradição tenha começado durante o Período Muromachi, por volta de 1400 e esses encontros serviam para que todos pudessem expressar seus agradecimentos para o outro.
Naquela época, já existia o Bonenkai, que era chamado como Nōkai (Última reunião do ano) e foi somente por volta do século 18, que o Nōkai passou a ser chamado da forma que conhecemos hoje: Bonenkai.
Sentiu-se uma necessidade de uma confraternização no início do ano e por isso o Shinnenkai foi criado e assim como no Bonenkai, no Shinnenkai não existe a preocupação com a relação patrão e empregado, hierarquia, idade, etc.
É uma confraternização realizada de forma descontraída, onde todos brindam de igual para igual, sem as formalidades convencionais que se tem durante o ano.
Onde é realizado o Shinnenkai?
O Shinnenkai no Japão é realizado de forma semelhante ao Bonenkai. Antes é planejado com cuidado, visando o número de pessoas que vão participar para assim poder definir os custos da festa, que na maioria das vezes são realizados em ikazayas com o sistema de Nomihodai e Tabehodai, na qual pode-se comer e beber à vontade durante o período de algumas horas e por um preço relativamente acessível.
Em média, o preço sai em torno de 5000 a 10000 ienes por pessoa, o que é considerado barato pela maioria dos assalariados e assim grande parte deles sente-se mais encorajado em participar do evento. Para conter gastos, algumas empresas optam em fazer a confraternização nas próprias dependências da empresa.
Mochiyori ou Motiyori – Cada um leva um prato
O Shinnenkai não é regra no Japão e sua popularidade é menor do que o Bonenkai e por isso há empresas que optam em realizar apenas o Bonenkai, excluindo o Shinnenkai de seus eventos sociais. No Brasil, muitas famílias japonesas também costumam se reunir em uma confraternização familiar de Ano Novo.
É comum utilizarem o sistema mochiyori (持ち寄り), onde cada participante leva bebidas ou um prato com doces ou salgados. Esse sistema é muito interessante pois não pesa no bolso e cada um terá a oportunidade de experimentar a comida feita pelo outro, o que acaba intensificando os laços de amizade e união do grupo. Esse costume também é frequentemente usado na comunidade brasileira no Japão.
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