Professores no Japão
Professores no Japão: Quanto ganham? É uma profissão valorizada? É verdade que estes profissionais não precisam se curvar diante do Imperador?
Embora seja apenas um boato a história de que os professores são os únicos profissionais que não precisam se curvar diante do Imperador, assim como relatou o site E-Farsas, não há dúvidas de que no Japão, os professores tem uma profissão muito admirada e respeitada.
Se curvar no Japão é a saudação mais comum no Japão e faz parte de sua cultura desde os tempos mais remotos. O Imperador é uma autoridade extremamente respeitada pela nação e todos se curvam diante dele, independente da profissão que exercem.
Acredito que a imagem que circula na internet teve a intenção apenas de mostrar o quão importante é a profissão de um educador, que além de passar seus conhecimentos, tem também a grande e difícil missão de ajudar a formar o caráter dos jovens cidadãos.
Infelizmente, em alguns países, incluindo o Brasil não é uma profissão tão valorizada quanto merece, sendo refletido especialmente no salário, que está entre os mais baixos do mundo.
É de conhecimento de todos que a educação é a chave mestra para transformar uma nação. O Japão só se tornou uma potência porque investiu pesado nessa área. Só para você ter uma ideia, até o Período Meiji, apenas os ricos tinham acesso às escolas no país. Foi somente depois de uma revolução educacional, que todos passaram a ter acesso à educação.
A vida de um professor no Japão
Um Professor no Japão é chamado de sensei, que se traduz literalmente como “mestre”. Sabendo da importância desse profissional em relação ao futuro do país, já que este futuro depende das crianças, o governo japonês faz uma rígida seleção, escolhendo professores qualificados para essa função.
Ser professor requer muito estudo e amor à profissão. Para se tornar um professor no Japão, é necessário um certificado depois de se formar em algum dos muitos programas de formação de professores, que podem ser faculdades juniores ou universidades. O certificado de “nível avançado” está disponível para os candidatos a professores que possuem mestrado.
Depois de formados, os professores passam por rigorosas avaliações e apenas 30 a 40% conseguem trabalho em escolas públicas. Por esta razão, 98% das aulas no ensino secundário são ministrados por professores gabaritados e a maioria deles permanecem na profissão até a aposentadoria. Seguir a carreira de educador é sinal de status para muitos japoneses.
Após serem contratados, eles passam por um período de adaptação de um ano, onde são supervisionados por um professor sênior. Após este período, aí sim eles se tornam professores completos, com acesso a todos os benefícios, incluindo participação no sindicato docente.
Salário de um professor no Japão
Após a Segunda Guerra Mundial, havia uma grande preocupação relacionada com a falta de professores. Para incentivar a formação de novos docentes, o primeiro-ministro na época decretou que os professores ganhariam 30% a mais do que normalmente outros funcionários públicos ganhavam.
A diferença salarial tem diminuído ao longo dos últimos 50 anos, mas mesmo assim os professores japoneses ainda estão entre os funcionários públicos mais bem pagos. Em termos de comparação, um professor recém-formado ganha praticamente a mesma coisa que um engenheiro também recém-formado.
Os professores no Japão podem ter acesso a um plano de carreira, onde passarão por etapas para chegar ao cargo de chefe de professores e depois ao cargo de diretor da escola. No entanto, dentro de cada uma dessas etapas, existem vários graus de salário com base no desempenho e experiência.
Para termos ideia sobre valores, podemos dar uma olhada nos dados do site OECD, que mostra que o salário médio anual de um professor do ensino fundamental no Japão no início da carreira é de 26.031 dólares (incluindo os bônus). O valor aumenta conforme o tempo de trabalho e experiência, podendo chegar a 57.621 dólares anuais.
Nesta mesma lista, os salários de professores no Brasil estão entre os mais baixos do mundo, juntamente com outros países como Argentina, China, Índia, Indonésia e Federação Russa. Isso realmente é muito triste pois mostra que a educação não é abordado de forma prioritária, tal como deveria ser. Espero que essa realidade possa mudar o mais rápido possível.
No Japão, assim como outros países, não existe uma data específica para homenagear os professores. Mas mesmo assim quero deixar meu agradecimentos a esses grandes profissionais, pois ser um educador é muito mais do que uma simples profissão.
É uma missão que muitos realizam com muito amor e obstinação e por isso devem ser homenageados sempre, independente do país onde lecionam. 🙂
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